AERO
CLUBE ALTO TAQUARI (ACAT)
Há pouco tempo, me foi entregue em mãos por
Sérgio Mello Jaeger, habitual parceiro na troca de informações históricas, um
exemplar do livro do qual ele foi um dos organizadores, denominado SEM TÍTULO -
As Crônicas do Paquito - Francisco Merino Filho, pai do Paulinho, que foi meu
contemporâneo e vizinho de infância em Lajeado.
É uma edição póstuma de crônicas
relativas à vida dos lajeadenses narradas com propriedade e bom humor,
publicadas no jornal da cidade A Voz do Alto Taquari entre 1955 e 1962. Sua
leitura agradou em cheio.
Numa crônica de 5 de maio de 1960 o
autor destaca ……. quando não fazendo sequer parte da diretoria …….. ele
(entendi que era o prefeito de Lajeado Bruno Born) não entregara os trinta mil
cruzeiros decretados para auxilio do município ao Aero Clube (de Lajeado). Essa
verba fora consignada no orçamento para o ano seguinte pelo ainda prefeito
Mário Lampert.
É uma das provas do que mais adiante
afirmo.
O tema Aeroclube trouxe-me à lembrança
episódios que soube por informações e muito mais por ter participado
pessoalmente. Sou um dos raros conhecedores e desejo deixar para a posteridade
o relato dos fatos que necessitam continuar vivos na memória. Viveremos ainda
muito anos até que sejam sepultados nas brumas do tempo e até lá sirvam de
lição às gerações vindouras.
Eu me considero um conhecedor profundo
dos acontecimentos que geraram a criação do Aero Clube Alto Taquari (ACAT), com
sede em Estrela, que depois teve o nome modificado para Aeroporto Municipal de
Estrela (AME) e consequente criação do Aeroclube de Lajeado (AL), finalizando
com a reunificação das duas sociedades com o título de Aeroclube Vale do
Taquari (AVT) já em pleno ocaso da atividade aérea na região.
O início da segunda guerra mundial,
iniciada na Europa em 1939, provocou grande interesse pela aviação. Seja como
instrumento de transporte ou arma de ataque e defesa.
Nos municípios do Vale do Alto
Taquari, principalmente em Lajeado e Estrela, as lideranças passaram a
interessar-se pelo transporte aéreo de passageiros em face às dificuldades de
locomoção rodoviária. Estradas ruins e inexistência de pontes nos rios Taquari
e Caí, obrigavam os veículos a inevitáveis demoras pela espera de sua vez no
uso de barcas para transpor os rios. Levava-se até dez horas de viagem para ir
ou voltar de Porto Alegre (cerca de cem km). Por via aérea, menos de uma hora.
Em 13 de julho de 1940, as lideranças
regionais se reuniram em Estrela para dar início à criação de um aeroporto que
atendesse às necessidades locais.
No município de Estrela, à beira do
rio Taquari e em bem defronte a cidade de Lajeado, foi encontrado local
privilegiado. Decidiu-se pela criação de uma sociedade civil denominada Aero
Clube Alto Taquari (ACAT), com sede em Estrela.
Os prefeitos dos dois municípios,
Cláudio de Toledo Mércio (de Estrela) e João Frederico Schaan (de Lajeado),
adquiriram as áreas necessárias para, no futuro, serem demarcadas duas pistas
em X. O prefeito de Estrela comprou e doou a área da primeira pista e o prefeito
de Lajeado adquiriu uma perna do X, onde seriam construídas, alem da sede, os
hangares e demais dependências do aeroporto. Esse imóvel ficou registrado em
nome da prefeitura de Lajeado.
O aeroporto foi inaugurado em 26 e 27
de julho de 1942 com grandes festas e pouso de inúmeros aviões da FAB e outros
aviões de aeroclubes congêneres.
Um ou dois anos depois, nova festa
aeronáutica na sede do ACAT. O aeroclube, para incentivar a vocação, desenvolveu
projeto que convidava todas as escolas para divulgar entre os alunos um
concurso de estampas de avião desenhadas em cartolina. Os dez melhores autores
seriam premiados com um voo panorâmico no dia da festa. Inscrevi-me e desenhei
um avião de caça americano Airacobra. Fui um dos dez selecionados. Após o voo,
reafirmei minha vocação de seguir a profissão de piloto militar.
Iniciadas as aulas teóricas e práticas
de pilotagem e navegação aérea, se sucederam inúmeras turmas de alunos
brevetados. Creio que mais de duzentos. Raros seguiram a profissão e a grande
maioria apenas voava como lazer.
Moradores de Lajeado e Estrela
inicialmente confraternizaram, mas aos poucos a eterna antipatia, desconfiança
e rivalidade recíprocas reapareceram com seus deletérios resultados. Assim, em
15 de novembro de 1955, uma Assembleia Geral modificou os estatutos criando a
exigência de que todos os diretores do ACAT fossem residentes em Estrela. O
campo de aterrissagem passou a chamar-se Aeroporto Municipal de Estrela.
Estava provocada a cisão. Os
lajeadenses criaram um novo Aeroclube de Lajeado, no distrito de Cruzeiro do
Sul, hoje município desmembrado.
Solicitaram auxilio ao prefeito
municipal Mário Lampert, a destinação de verba para a aquisição da área para a
nova pista de pouso. O prefeito destinou para o novo aeroclube a área de
propriedade do município anexa à pista do ACAT, já então denominado Municipal
de Estrela. Sua venda e cobrança do ACAT serviria para dar suporte à verba a
ser paga pela prefeitura em doação para o novo Aeroclube, constante no
orçamento municipal.
Com esses recursos foi adquirida a
nova área para pista e anexos.
Ficaram os dois municípios, cada um
com um aeroporto, O Aeroclube Alto Taquari que encerrou suas atividades no ano
de 1961 e o Aeroclube de Lajeado que iniciou com a sua escola de pilotagem no
dia 24 de novembro de 1963 quando foi concluída a pista de pouso, hangar e com
o recebimento de uma aeronave paulistinha nova, cedida pelo DAC.
Pontes nos rios e melhores estradas
aproximavam as cidades a Porto Alegre, com viagem rodoviária de uma hora e
meia, dispensando e inviabilizando economicamente os voos de menos de 400 km. Linha
aérea de passageiros, nem sonhar. Os voos de aeronaves de pequeno porte para
transporte regular de passageiros já haviam cessado em todo o RS.
O Aeroclube
de Lajeado nos primeiros anos formou um bom número de novos pilotos, embora
desde o início, a distância do mesmo da cidade de Lajeado, 14 km de uma estrada
apenas encascalhada, dificultasse o deslocamento. A prometida estrada asfaltada
que ligaria a cidade de Lajeado à Venâncio Aires ficava só na promessa. Ela
passaria a 100 m da pista.
O retorno
para à antiga pista de pouso em Estrela ficava cada vez mais evidente.
Iniciou-se o ocaso dos dois
aeroclubes. Cada vez menos alunos e voos. Aproximava-se um inevitável final
inglório.
Num último arranco de bom senso, em
1968 as diretorias aventaram e, por fim, realizaram a fusão dos dois aeroclubes,
que passou a ser denominado Aeroclube Vale do Taquari (AVT).
A área da pista de pouso em Cruzeiro
do Sul foi desapropriada pela prefeitura de Cruzeiro do Sul - já município
emancipado - e a destinou para o Frigorífico Minuano, de Lajeado, que ali faria
a instalação de criatório de galinhas para matrizes. O valor foi de trinta mil
cruzeiros.
PILOTO
Eu, desde menino, era apaixonado pela
aviação. Comecei a frequentar as aulas
de aeromodelismo ministradas em Lajeado por José Wingen, em 1941. Adquiri um
kit de planador com envergadura de asa de 100 cm e iniciei sua montagem
assistido pelo instrutor. Outros meninos fizeram o mesmo. Semanas depois, três
alunos levados por José Wingen ao morro de Conservas, de cujo cimo os
protótipos foram lançados como teste. Tive a felicidade que meu aparelho foi o
único que voou cerca de 300 metros, quase atingindo o rio Taquari. A escola
durou pouco e logo encerrou suas atividades.
Foto: Leandro Lampert
Em 1947, foram doadas duas bolsas de
estudo para alunos, uma para um lajeadense e outra para um estrelense. A de
Lajeado coube a mim. Após algumas aulas teóricas e oito horas de vôo de
instrução, comecei a ser hostilizado pelo instrutor Bubi Benz (desafeto do meu
pai), que finalmente me informou que minha bolsa havia sido cancelada. A do
aluno de Estrela continuou válida. Fiquei deveras desiludido. Em 1949 mudei de
residência para Bom Retiro do Sul e abandonei o sonho da aviação.
Guardo até hoje o distintivo metálico
de lapela do ACAT.
Em 1962 fui morar e trabalhar em
Encantado. Em meados de 1968, aos 39
anos de idade, eu tinha tempo, dinheiro e vontade para reiniciar o curso de
pilotagem no aeroporto em Estrela, já com a fusão realizada com o aeroclube de
Lajeado. O instrutor era o Zezinho Britto. Recebi meu brevê em 1969, juntamente
com mais três jovens alunos. Passei a voar pelo menos duas vezes por mês. Fiz
parte da última turma brevetada pelo Aeroclube Vale do Taquari, em clima de
grande camaradagem entre diretores, pilotos, instrutor e alunos.
Ao me dirigir para Santa Maria e
realizar a prova prática, fui de avião com o instrutor e fizemos uma pequena
mudança de rota, para sobrevoar o morro do Botucaraí, de meu interesse
turístico na paisagem do pampa.
Abaixo: piloto Donald Johann, três colegas
brevetados comigo, o instrutor Zezinho Britto e eu no aeroporto em Estrela.
Foto: Leandro Lampert
Fui piloto ativo até meados de 1973,
quando mudei de residência para a cidade de Serafina Corrêa. Depois, por algum
tempo, voei nos aviões do Aeroclube de Passo Fundo. Voar foi muito gratificante
e útil na minha profissão. Fui várias vezes e voltei no mesmo dia de Estrela
até o porto de Rio Grande, supervisionando embarques de exportação de carne
suína, primeiramente para a Tchecoeslováquia, depois para a Polônia e,
finalmente, várias vezes para o porto livre de Hamburgo, na Alemanha. O vôo de
ida e volta no mesmo dia demorava sete horas e só era possível porquê um dos
colegas brevetados desejava prosseguir profissionalmente e necessitava voar
duzentas horas antes de obter um brevê profissional. Acertado comigo, antes do
clarear do dia já deixava o avião abastecido, revisado e pronto para decolar.
Nos primeiros albores do dia já estávamos no ar. Nos registros dos aeroportos
ele era o comandante e eu o copiloto. Era excelente parceiro e fazia os voos
com todas as despesas por minha conta. Na rota, passaríamos sobre a ponte do
rio Camaquã, mas fazíamos um pequeno desvio para sobrevoarmos a costa da laguna
dos Patos até ao aeroporto de Rio Grande. Panorama de beleza emocionante. Na
volta, pousaríamos em Pelotas para reabastecer o avião. Querido companheiro.
Lamento ter esquecido o seu nome. Além dessa rota, também Santa Rosa, Ijuí,
Cachoeira do Sul, Capão da Canoa nos verões, idas às sextas feiras de tarde e
retorno na segunda feira de madrugada e muitas outras cidades.
Certa vez, levando meu irmão Luciano
de carona para Capão da Canoa, nos deparamos com um vento nordestão de proa tão
forte que, ao olharmos para baixo, os automóveis da rodovia iam mais velozes do
que nós. Sacudimos à vontade, mas em Capão, o pouso foi tranquilo. Meu irmão não
quis voltar comigo, preferiu um ônibus. Eu trouxe o Adir Cé, vizinho em
Xangrí-lá e morador em Encantado, de volta em lugar dele.
Nas demais oportunidades, voos
panorâmicos sobre as belezas do vale do Taquari. Inesquecíveis.
Abaixo: Foto da várzea de Arroio do
Meio, as matas ciliares do rio Taquari e os morros de Roca Sales.
Foto: Leandro Lampert
O aeroclube de Candelária tinha
encerrado suas atividades e surgiu a possibilidade de transferir um avião
paulistinha, que estava estacionado no hangar, para o nosso aeroclube. Fui
busca-lo e levei junto um dos meus colegas de brevê para trazê-lo de volta.
Examinei o avião e concluí que não deveria permitir que o meu colega o
pilotasse na volta. Estava em muito mau estado. Retornamos e no caminho, já no
município de Cruzeiro do Sul, tivemos pane no avião e tornou-se necessário um
pouso de emergência. O colega, assustado, perguntou: “Será que vamo morrê?”. Eu
estava no comando do avião e lhe disse: “Que nada. Este teco-teco não mata
ninguém”. Fizemos um pouso tranquilo, sem motor, numa lavoura de fumo, já com
as plantas bem desenvolvidas, na propriedade de Oswaldo Wendt. O avião correu
um pouco e as rodas atolaram na terra fofa, embicando o nariz no solo e
levantando a cauda para o alto. Parecia que o avião tinha despencado direto no
solo. Sem avarias no avião e tripulantes.
Rindo, saímos do avião e nos sentamos
numas pedras aguardando socorro. Em seguida, vimos um homem esbaforido correndo
no meio do fumo chegar ao avião. Olhou para dentro e não viu ninguém. Logo seu
olhar nos encontrou e ele nos disse muito desanimado: “Nunca cai um avião aqui
e agora, quando cai, não morre ninguém”. Paciência. Quem sabe, na próxima vez…
Fomos de carona para casa e no outro
dia retornamos com um caminhão, separamos a asa da fuselagem, carregamos tudo e
fomos para Estrela.
Abaixo, a fuselagem do avião, já sem a
asa, sendo carregada no caminhão na beira de lavoura de fumo.
Foto: Leandro Lampert
Na Faculdade de Engenharia da UFRGS havia um
clube de paraquedismo e ficou acertado que no próximo domingo um grupo viria à
Estrela para uma série de saltos. Não sei quem agendou. Eles pagariam as horas
de voo e os pilotos seriam cortesia.
Nós quatro, recém brevetados, ficamos
entusiasmados pela novidade e nos preparamos para o evento. As portas das duas
aeronaves seriam retiradas e confabulamos sobre a técnica de lançamento dos
esportistas. Avaliação da direção e intensidade do vento. Aproximação do local
contra o vento. Relação com a altura do salto. Redução das rotações do motor e
pequena elevação do nariz do avião para diminuir a velocidade. Na hora H,
gritar “salte” e retornar ao solo. Fácil. O avião, sem a porta, ficava com
enorme turbulência dentro da cabina. Eram cerca de doze e entre eles havia três
moças. Os três guris logo disseram: “uma para cada um”. Todos pousaram na pista
de aeroclube com sucesso pleno. Nunca mais voltaram.
Lá por 1972 o então presidente Bruno
Behs, pai de um piloto ativo da penúltima turma de três brevetados, em vista à
próxima eleição de Diretoria do Aeroclube, convidou-me para fazer parte como
tesoureiro e, apesar de minha manifestação sobre residir em Encantado, afirmou
que exerceria também a função de caixa e a minha participação seria apenas
protocolar para documentar no Banco, face a uma improvável verba de
Ministério ou outra origem. De qualquer
modo, o AVT vivia numa penúria financeira atroz.
Numa conversa com Bruno e outros nas
dependências do clube, falamos da miséria financeira e eu perguntei-lhe o que
fora feito com o dinheiro que o clube recebera com a desapropriação da pista de
Lajeado, obtida na fusão dos dois aeroclubes, feita pela Prefeitura de Cruzeiro
do Sul.
Que dinheiro? Ninguém sabe de nada –
Quanto? – Trinta mil. – Tá louco.
Eu disse-lhe: “Vou atrás desse
dinheiro e vou encontrá-lo”. Forneceu-me o nome do Banco, Agência e número da
conta do aeroclube em meio de risadinhas debochadas dos demais presentes. Um
Don Quixote das barrancas.
Segunda-feira telefonei para o
Prefeito de Cruzeiro do Sul, meu conhecido, e perguntei-lhe sobre o dinheiro: “Está
disponível aqui. Ninguém veio procura-lo até agora”. – Por favor, remeta o
dinheiro via bancária para o Aeroclube Vale do Taquari, agência tal e número da conta. “Pode ser amanhã?” – Pode. Creio que era março de 1973.
No domingo seguinte, já ao desembarcar
do carro, fui recebido no aeroclube com sorrisos envergonhados. O gerente do
Banco já havia informado ao Bruno a chegada do dinheiro que esteve adormecido
por mais de dois anos.
Inacreditável a incapacidade dos
estrelenses em deixarem passar a oportunidade de capitalizar o Aeroclube. E as
diretorias anteriores do AVT que realizaram a fusão, o prefeito, vereadores e
os aficionados pela aviação onde estavam? Dinheiro parado, corroído pela
inflação. Desleixados. Estrela estava desprovida de lideranças.
DESFECHO MELANCÓLICO
O Aeroclube tinha, agora e pela
primeira vez, dinheiro em caixa. O que fazer? Logo fiz uma sugestão: Deixar o
dinheiro no banco até a definição da escolha do local onde seria construído o
superporto rodo-hidro-ferroviário de Estrela, noticiado pela imprensa e que, em
meu entender, seria no próprio local da nossa pista.
Assim foi. Seria outro sonho quimérico
para os estrelenses e mais um monumento inútil à imprevidência administrativa
do Brasil
Cerca de um mês depois, Bruno estava
me esperando assustado e lívido. Fora ao Banco, sendo informado que não era
mais presidente do Aeroclube, eis que uma Assembleia Geral Extraordinária (sem
convocação) havia destituído toda a diretoria anterior. A ata apresentada ao
Bruno continha as assinaturas dos cinco pseudoparticipantes de AGE e o novo
presidente era o Zezinho Britto e os outros quatro os demais membros da
diretoria.
Sugeri entrar na Justiça, pedindo a
anulação do ato, pois não respeitara os estatutos do AAT que exigia que uma AGE
só fosse convocada com divulgação pela imprensa falada e escrita, com
antecedência mínima de trinta dias.
Bruno não quis se incomodar e limitou-se a informar ao Banco que nossa
diretoria ainda se encontrava ativa até o fim do mandato. O Banco suspendeu
qualquer movimento do dinheiro enquanto houvesse duas diretorias. Quando venceu
o nosso tempo de vigência, a outra ficou com todos os poderes.
A artimanha venceu.
Tempos mais tarde, li na imprensa que
o DEPREC havia indenizado o Aeroclube em 15.000,00, como compensação pela
desapropriação de terras do aeroporto. Não creio que o DEPREC tenha
desapropriado toda a área, afinal, a pista tinha 1.200 m de comprimento. Deve
ter sobrado alguma área de terras.
Mudei de residência para Serafina
Corrêa e nunca mais tive notícia do Bruno Behs, nem do dinheiro do Aeroclube.
Talvez possa estar ainda adormecido até que apareça um novo Don Quixote nascido
em outro município que se proponha a procurá-lo - ou um historiador local que
se disponha a pesquisar.
Tempos depois fui informado que Bruno
e Zezinho haviam falecido.
Os dois filhos do Bruno Behs, ainda
vivos - e se consultados -, não terão dúvidas em confirmar o final do que acima
relatei. Talvez algum funcionário do Banco ainda se lembre.
E agora?
Prossigo, tornando a crônica mais
investigativa do que histórica.
Assim, continua a interrogação: que
fim levou o acervo do patrimônio do AVT?
Somente algum residente em Estrela, se
quiser, poderá trazer informações concludentes.
Me recuso a fazer qualquer conjetura.
Espero que esta crônica, uma vez
divulgada, anime pessoas da comunidade de Estrela a buscar a verdade, bem como
divulgá-la.
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