sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Livro - Os Lampert (Origens) 08

                                                          REVOLUÇÃO DE 1930

            Pela primeira vez, e provavelmente a única, o Rio Grande esteve unido em torno de um objetivo e um nome - Getúlio Vargas. Não havia confronto de idéias e muito menos de luta armada. Getúlio dirigia o estado e foi candidato à presidência da república contra o paulista Júlio Prestes. Prestes venceu as eleições mediante óbvia fraude eleitoral. A revolução se antecipou à sua posse e Getúlio foi conduzido pelos vitoriosos à presidência da república. Havia fraude eleitoral em toda a parte do Brasil. Em nosso estado, Getúlio fez 99% dos votos. Nosso pai, getulista na época, nos contava, que no dia da eleição votara dez vezes em Getúlio. Uma com seu título eleitoral e mais nove vezes com títulos de gente que já havia falecido. Era mesário e em sua urna Getúlio ganhou por unanimidade. Os tempos eram assim.

                               REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA - 1932

            Getúlio Vargas, após a vitória da revolução de 1930, subseqüente à sua derrota eleitoral como candidato à presidência da república, prometera democratizar o Brasil pela convocação de uma Assembléia Constituinte. Não cumpriu o acertado com seus companheiros de campanha.   Já havia um cheiro de ditadura no ar. Em 1932 os governos estaduais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo acertaram intimar Getúlio a democratizar o país, e se necessário, obrigá-lo pela força das armas em novo levante revolucionário. Getúlio não se intimidou e gestionou obtendo adesão de Minas Gerais e após, também do Rio Grande do Sul, que tinha Flores da Cunha como interventor do estado. Flores havia se comprometido com os paulistas e na última hora trocou de lado. Já haviam sido formadas forças provisórias no interior do Estado, e em dois municípios, Lajeado e Soledade, a atitude de Flores não obteve concordância e se declararam favoráveis à São Paulo, e portanto,  contra Flores e Getúlio, mantendo a palavra empenhada com os paulistas. Não se mata nem se morre pelo cumprimento de um romântico compromisso firmado  por terceiros. A maioria dos voluntários nem sabia bem o que estava ocorrendo e foram à revolução  levados por lideranças ou por mero espírito de aventura.
                  
                             Fotografia de reunião de aliciamento em Estrela. 

                           Gal. Candoca, juntamente  com líderes de Lajeado  e Estrela, buscando a participação dos  estrelenses na revolução de 1932, chefiada por ele em Soledade. A foto é de agosto de 1932

                                                            Foto Luciano Lampert

   Sentados: Raúl Lopes da Silva, Mário Lampert, Gal. Candoca, Manuel R. Pontes Fº    (ex –prefeito de Estrela), Willy Müller e Darcy Barcellos

   De pé: Orestes Comel, Alfredo Schaunberger, Oscar B. Rohenkohl,   ???   , Adolfo     Faller,    ???  
Orlando Fett, João D. Azeredo, Mário Jaeger, Frontino H. Azeredo, Waldemar Jaeger, Carlos C. Grün ,   ???    ,      ???      e Cristiano P. Enger.

            As forças dos dois municípios  tinham se reunido nas florestas de araucária na serrania existente na divisa dos antigos municípios de Lajeado e Soledade, aguardando as ordens de Flores para marchar contra Getúlio. Sentindo-se traídos, e em bravata, desafiaram Flores, sem forças suficientes e aguardaram adesões que não se verificaram.
            Os lajeadenses, entre eles o nosso pai, chegaram a participar de uma surtida de forças que visava encontrar destacamento vindo de Soledade, para atacar as forças da Brigada Militar na localidade próxima de Quatro Léguas. Perderam-se e não lograram encontrar seus companheiros nem os soldados legalistas. Decepcionados, retornaram para Campo Branco. As comunicações entre as tropas eram precaríssimas
            Os revolucionários tinham levado um fotógrafo consigo para documentar o episódio. Foram fotografados em Campo Branco (cerca de cem homens aparecem na foto). Ao voltar para Lajeado, o fotógrafo foi preso pelos brigadianos de Flores, que o obrigaram a revelar o filme e identificaram as pessoas da foto. 
   
Mário Lampert, de roupa clara e chapéu inclinado, é o último à direita de segunda fileira

            Com a derrota pelas armas dos paulistas, tornou-se inútil qualquer ato bélico isolado e as forças foram dispersas. Nesse ato, em 13 de setembro de 1932, os revolucionários foram atacados pela brigada. Travou-se um combate à margem de um “passo” do arroio Dudulha, quase na desembocadura no rio Fão, na antiga divisa dos municípios acima citados, cerca de 40 km além de Lajeado, pela rodovia BR-386 - Estrada da Produção. Cinco soldados "provisórios" revolucionários caíram no local e foram sepultados na pequena localidade de Barra do Dudulha onde jazem até hoje, heróis esquecidos dum episódio um tanto quixotesco. No dia seguinte, nosso pai, há dias desmobilizado, retornou ao local do combate, acompanhado do médico Dr. Renê Flores e do escrivão do distrito de Fão,  Mário Cattoi, para atendimento dos feridos e sepultamento dos mortos. Anos mais tarde, lá estivemos com nosso pai em visita sentimental. Uma testemunha e anônimo versejador celebrou o acontecimento. Temos cópia da poesia singela em nossos arquivos. Tem 33 estrofes e começava:

                                               Assim quero falar,
                                               Na revolta de Soledade.
                                               Até o povo miúdo
                                               Fez muita novidade.
                                               A guerra se acabando,
                                               Sempre fica inimizade.

                                               Revolta de Soledade,
                                               Com os corpos provisórios.
                                               Tomaram o quartel,
                                               A Intendência e os Cartórios.
                                               Estou velho, não presto mais,
                                               Não dei meu ajutório.

e vai por aí afora. Literatura de cordel, mas traz um testemunho escrito valioso dos fatos ocorridos. Provavelmente o único. Vários nomes, de pessoas ou locais são citados sem distinção, prejudicando o entendimento. Talvez alguém da região possa decifra-los.
            Mário Lampert aparece saliente na fotografia, (pode ser reconhecido por sua magreza) cujo original se encontra em nosso poder. Identificamos também o Tte. Heitor Alves de Oliveira, Lothar Felippe Christ e Mário Jaeger, todos em primeiro plano e marcados com um ponto de tinta na altura da virilha.   Alguns outros ainda hoje poderiam ser  identificáveis na foto. Temos a relação dos 96 lajeadenses participantes. Eram os mesmos voluntários de 1930. Podemos ainda lembrá-lo contando os "causos" divertidos dos "soldados" civis citadinos, sem nenhuma prática de vida no interior da floresta. Este é um episódio quase desconhecido do púbico.
            Tínhamos conhecimento que nosso pai fornecera à um historiador (que, de uma forma indelicada, deixou de  mencionar a origem) uma relação dos participantes e a fotografia dos voluntários em Campo Branco, além dos que lembrávamos e identificamos na fotografia. Nosso parente Sérgio Mello Jaeger, filho de um dos participantes encontrou uma cópia, 30 anos depois, e nos enviou. ampliando o número das pessoas por nos conhecida. Antenor Lemos, A. Lange, Elemar Bohrer, Carlos Stein, Teodoro Bernardo dos Santos, Dr. Miguel Santana, Otaviano Silva, Justiniano Pinheiro e Jacob Leopoldo Heineck. Entre eles, ainda, uma figura impar, Martim Bernardo dos Santos, apelidado, por razões óbvias, de “Martim Perigoso”. Anos mais tarde, numa oportunidade que nosso pai foi ao distrito de Vila Progresso (hoje município) e fomos junto, assistimos o contato fraterno e as trocas de reminiscências revolucionarias entre os dois.  Não faltaram boas risadas.
            Flores era de temperamento generoso, mas contrariado, tornava-se  exaltado e vingativo, não perdoou a afronta da cidade e sempre exerceu hostilidades contra o município, onde, passou a perder todas as eleições. A emancipação do distrito de Arroio do Meiofoi um revide de Flores. O município de Lajeado, por muitos anos não teve nenhum logradouro público com o nome de Flores. Abriu-se então uma guerra fria que gerou episódios como a prisão do nosso pai em Porto Alegre, durante duas semanas, por críticas ao governo, em seu jornal hebdomanário “A Semana”, curiosamente durante um certo tempo, bilingue. Nosso pai foi conduzido preso pela Brigada à Porto Alegre, a bordo de um vapor fluvial pelo rio Taquari. Ao saber da prisão, o companheiro de revolução, o mais tarde Tte. do exército Heitor Alves de Oliveira (claramente identificado bem no centro da fotografia, de chapelão, baixote e gordinho), tomou o mesmo vapor e acompanhou o amigo até o local de sua carceragem. Ficava lá todo o dia e no outro dia retornava, até a libertação. Temia que seu amigo fosse assassinado no cárcere. Era um amigo fiel e sem medo. Os tempos eram de perseguição e violência. Retornaram juntos à Lajeado. Tempos depois, o episódio culminou com o assassinato, em tiroteio generalizado, de um líder político local, Orlando Fett, praticado por um subdelegado nomeado por Flores, já anteriormente condenado por assassinato e de quem obteve, mesmo novamente condenado pelo tribunal do júri, todos os favores e liberdades possíveis, inclusive aposentadoria.
            Publicada a história, fomos procurados por João Carlos Lampert, residente em Porto Alegre, que lendo sobre a revolução constitucionalista de 1932, nos informou que seu pai Alberto Reinoldo Lampert (l911-1999), 3ª emigração, filho 8,  migrante para Saldanha Marinho, participou ativamente da contenda.
            Seu pai lhe confirmara os fatos relatados no nosso trabalho, inclusive o número dos mortos, e ele contou-nos detalhes que seu pai lhe transmitira e que não estavam no nosso livro, mas que eram do nosso conhecimento e que deixamos de mencionar por considera-los irrelevantes
            As tropas da Brigada, ao se dirigirem para o Rio Fão, passaram na Costa do Jacui, hoje Saldanha Marinho, e então município de Cruz Alta, convocaram e obrigaram  jovens a assinar compromisso e  incorporaram, à força,  descendentes dos colonos, para participar como integrantes do Corpo Provisório da Brigada, em força auxiliar eventual. Impuseram ao recruta um fardamento, entregaram-lhe em fuzil Mauser e uma cartucheira municiada, sem qualquer preparo psicológico ou militar. Saiu direto para a guerra, sem compreender quem era o inimigo e o porquê da ação bélica.  Lá se foi o recruta, contrariado, sem entusiasmo e sem conhecimento de práticas militares.  Era quase bucha para canhão. Nas duas refregas que participou, atirou em quem o visava, procurando matar para não morrer.
            Alberto Reinoldo Lampert deixou por escrito para seus descendentes, registro das ocorrências de sua aventura forçada. Foi convocado e incorporado em 25 de agosto de 1932. Já no dia 3 de setembro, oito dias depois de incorporado, participou do primeiro combate com as forças revolucionárias e retirada estratégica da Brigada. As forças legais tentaram atravessar o rio Jacuí no passo do Rocha, onde foram aguardados pelos revolucionários. Tiveram de recuar, perdendo oito soldados.
            Dentro do espírito minucioso de exatidão, característico dos germânicos, informou que seu coronel fora Victor Dumoncel, seu major Renato Dumoncel, seu capitão Sirilo Lírio e seu 2º sargento Dorival Fernandes. Curiosamente, deixou para seus descendentes o conhecimento de que o assassinato do pai de Leonel Brizola teria sido, anteriormente, executado por membros do seu batalhão.  Nosso pai também tivera, na época, a mesma notícia.
            A informação transmitida por Alberto Reinoldo mencionava ainda o nome dos dois soldados que teriam recebido a ordem para prendê-lo em uma fazenda em São Bento, perto de Carazinho. Tantos anos já se passaram e julgamos ser procedente informar os nomes que nos foram transmitidos. Haverá sempre alguma controvérsia. Seriam Juvêncio Mello e o filho adotivo do Cel. Victor Dumoncel, João Maria.
            Depois dos combates e vitória da Brigada, serviu como soldado de manutenção da ordem pública em Soledade. Para sua surpresa e curiosidade, velava também pela segurança nos prostíbulos da cidade. Posteriormente, em 20.5.1933 foi desmobilizado junto com os demais colonos.
            Gostava de contar as suas aventuras e as dos outros convocados. A maioria cômicas, mas silenciava no momento da pergunta se havia matado alguém. Setenta anos depois dos fatos, descobre-se que dois Lampert estiveram em lados opostos também nessa revolução. De um lado, um voluntário bisonho. Do outro um soldado incorporado à força. Ambos parentes e com o mesmo sobrenome de imigrante alemão.
            Por pura curiosidade, resolvemos conferir as informações de Alberto Reinoldo. Fomos ao Museu da Brigada na rua dos Andradas, em Porto Alegre, e encontramos as comunicações formais das operações de combates em 1932. Os coronéis que as comandaram eram dois, um, o citado pelo nosso parente e o outro Valzumiro Dutra. As informações do convocado e do nosso pai eram absolutamente corretas. Interessante, lemos a informação inicial de que os revolucionários seriam mais de mil e que os  mortos no combate do Dudulha foram mais de 30. Como em todas as guerras, a primeira vítima sempre é a verdade. 
            Em alguns trabalhos históricos, temos encontrado também o nome do arroio como sendo Duduia, sem dúvida uma corruptela do linguajar do caboclo, que também pronuncia trabaio, baraio, vermeio etc.
            Temos conhecimento de outras afirmações relativas à esse episódio, com diferenças no número de mortos e outros detalhes menores. Em história, é assim mesmo. Cada um passa para a posteridade a versão que tem conhecimento Em um tumulto generalizado, se consultarmos dez participantes, teremos dez versões. Talvez a única unanimidade seja a data.

                                MARECHAL DO AR MIGUEL LAMPERT

            Com bastante dificuldade encontramos os registros dos antepassados e descendentes de Miguel Lampert.  Miguel foi o único Marechal do Ar (post mortem) brasileiro que comandou a 5ª Zona Aérea de Canoas.  Era filho de Alfredo Lampert e neto de Michael Adam, 2º filho do 6º emigrante Michael Lampert, 1ª emigração.   Miguel era aviador e, juntamente com Eduardo Gomes, foi um dos criadores na Força Aérea Brasileira. Os filhos e netos  de Miguel  estão espalhados no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Brasília e Estados Unidos. Muito nos orgulha o parentesco com Miguel, que deixou inesquecíveis lembranças como cidadão e militar em Santa Maria e Canoas, onde é nome de rua e da sede social da 5ª Zona Aérea.

                                                     OUTROS

            As relações entre as famílias eram muito fortes e a confiança recíproca era uma necessidade de sobrevivência. Assim, nas famílias conhecidas, os filhos casavam-se entre si. Era comum o casamento de dois irmãos de uma família com dois de outra e entre primos, mas encontramos um caso inusitado que vale a pena relatar.
            - Ernestina Maria Lampert faleceu noiva de Manoel José Ribeiro Barreto;
            - Maria Amália Lampert foi a 1ª esposa do mesmo Manoel;
            - Clementina Lampert foi a 2ª esposa do mesmo Manoel;
            - Alvina Lampert casou com Luiz José Ribeiro Barreto; e
            - Adolfina Lampert casou com Floriano Ribeiro Barreto.
            Cinco irmãs e três irmãos. As mulheres eram filhas de Carlos Lampert, casado com sua prima-irmã Maria Luiza Lampert Kersting. Carlos era o 4º filho do 6º emigrante da 1ª emigração, Michael Lampert.
            Verificamos a existência de mais dois casos: dois irmãos e uma irmã Lampert, que casaram-se com duas irmãs e um irmão Schwarz e ainda três irmãos Lampert que se casaram com três irmãs Blauth.
            Pai viuvo e filho Lampert casaram com duas irmãs, uma viuva e outra solteira.
            Encontramos o casamento de um viuvo Lampert com uma noiva 49 anos mais moça;
            No livro Companheiros de Jornada, do padre Jacob Koch, SVD encontramos referência da beatificação de quatro santos católicos, sendo um deles Monsenhor Karl Lampert, pró-vigário do Tirol, preso e internado no campo de concentração nazista de Dachau, por atividades consideradas como colaboração na fuga para a Suíça, de judeus perseguidos. Foi eliminado naquele campo de triste memória em 1944.


                                                     EVENTOS

            Fomos surpreendidos em outubro de 1997 com um convite, enviado por Amandos Lampert, terceira imigração, juntamente com seus filhos Venildo José, Ênio Antônio, Sadi Luiz e Lurdes Elani, organizadores, para participar de um segundo encontro da família Lampert em Três Passos. Lá estivemos. O primeiro encontro foi organizado em Vista Gaúcha, pela família de Arlindo Lamperth (sic). Novo encontro em 1998 foi patrocinado por Ivanor Fetter e sua esposa Vera Lúcia Lampert Fetter em Ati-Açu, Sarandi. O encontro de 1999 foi em Marechal Cândido Rondon, no Paraná, com patrocínio de Nilson Darci Lampert, seu irmão Valdir Elemar e respectivas esposas, onde tivemos ocasião de participar do consumo de uma especialidade culinária local - um boi inteiro assado na brasa. No ano 2000 foi em Crissiumal no RS, organizada por Élio Lampert e família. No ano 2001 foi em Dois Irmãos, organizado por Ernesto Lampert e sua esposa Marlise. Em 2002 foi em Coqueiros do Sul, dirigido por Oscar Edgar Lampert e sua esposa Neusa.  Em 2003 em Canabarro, distrito de Teutônia, por Olavo e Gladis Lampert Jacobs e em 2004 em Carazinho, por Hélio Lampert e familiares. Em 2005 em Augusto Pestana, por Amauri Luiz Lampert e sua esposa Simone. Lá encontramos os vinhos das marcas Dom Balduíno e Dom Giuseppe, da produção artesanal  do Amauri Luís e em cujo rótulo identificamos o brasão dos Lampert Em 2006 a festa foi em Barracão - PR . Em 2007 foi em Quevedos - RS, organizada por Pedro Ivo Costa Lampert, sua esposa Ana Aracy e sua irmã Carmem Lampert Berwanger. A XIII Lampert  Fest em 2008 foi em Itapuca, município de Anta Gorda, à convite de Pedro Spinelli Lampert e seu irmão Ernesto Spinelli Lampert,.  esposas e familiares.
            No convite que recebemos para a XIII Lampert Fest, constava um texto oportuno, que abaixo publicamos, de autoria de Bernardete Lampert Zanuzzo e sua prima Ivanete Zatt Lampert, filhas dos patrocinadores do encontro em Itapuca.

                        É um belo momento
                        De agradecer à Deus
                        O milagre da vida,
                        A saúde, os amigos,
                        A eterna magia dos filhos,
                        A doce curiosidade dos netos,
                        Peraltas e inteligentes,
                        E, no meio de tanta vida,
                        Participar é conviver,
                        Um dia cheio de atrações,
                        O abraço das gerações
                        Entoa festivos hinos
Da mais pura emoção.
                        Afago para o coração
                        E, formando novos laços,
                        Mantém o ritmo da vida.
                        Torna-nos mais felizes, pois
                        Mesmo em galhos diferentes
                        Temos as mesmas raízes!            

            A XIV Lampert Fest foi realizada em Santana do Livramento, no dia 17 de setembro dr 2011 por Renato Barbosa Lampert. A XV em Santa Maria, por Jadete Barbosa Lamnpert e a XVI em Languiru, por Gladis Lampert Jacobs em 15 de setembro de 2013. A XVII relizada em São Pedro do Sul em 12 de outubro de 2014, conduzida por Rita de Cásia Silva e seu esposo Haroldo Silva
              É o desejo inconsciente também dos Lampert de tornar a conhecer-se em reuniões que se iniciaram de forma espontânea e sem grandes ilusões. De uma forma natural, os encontros da família passaram a chamar-se LAMPERT FEST. O crescimento do número dos participantes, na medida em que se sucedem os encontros, alcançando centenas, se identifica com um desejo cada vez mais difundido   de conhecer nosso passado.  É oportuno manter, revisar e ampliar o conhecimento das nossas origens. Sempre aparecerá mais um Lampert, completamente desconhecido e em lugar não imaginado, mas de antepassados já conhecidos.
            No presente, temos uma história do passado. Participemos, para que tenhamos uma história do futuro e da qual façamos parte integrante.
            Conseguimos refazer o itinerário inicial de famílias de colonos que migraram de  Dois Irmãos, Brochier e Estrela para outras comunidades relativamente próximas dos primeiros locais de assentamento, encontrando seus ascendentes mais idosos sepultados nos cemitérios dos municípios da região do Alto Taquarí e daí para o noroeste do RS, chegando até às barrancas do rio Uruguai,  nas  então chamadas  Colônias Novas, que marcaram assim o roteiro realizado por cada nova geração, em busca de  terras, ainda virgens,  para as famílias numerosas. Posteriormente, fomos encontrá-los nos cemitérios do oeste de Santa Catarina e mais tarde já no oeste do Paraná, e daí rumo ao norte, sempre participando do desbravamento na nova fronteira agrícola. Hoje, já os identificamos e contatamos no norte do Brasil e também no estrangeiro.
                                                    E P Í L O G O

            Procuramos nossos ancestrais e os encontramos. Era gente simples e ordeira. Agricultores e artesãos como a grande maioria de todos os antepassados emigrantes. Esquecidas as dificuldades, coube aos emigrantes a adaptação à nova terra e dedicar-se com tenacidade aos seus labores na luta pela sobrevivência. Só o trabalho gratifica e enobrece. Vieram, amaram e tiveram filhos, vencendo os percalços que se apresentavam a todo o momento, auxiliados pela solidariedade existente entre os emigrantes.  Venceram mares e rios. Atravessaram vales e montanhas. Superaram doenças e receios. Desbravaram a floresta. Criaram um novo mundo.
            Já estavam esquecidos nas brumas dos tempos que passaram e os ressuscitamos para a história. Conosco permanecerão agora na memória e serão motivo de orgulho pelo passado que tiveram. Esperamos legar aos nossos descendentes os mesmos exemplos de vida que recebemos. A pesquisa é dinâmica e vai continuar. Os resultados continuarão a se revelar oportunamente e se tornarão disponíveis para todos.
            Vamos deixar registrado em livro, o minuto fugaz de nossa existência no universo, dizendo estive presente. Num futuro próximo ou longínquo, um descendente nosso, encontrará seus antepassados no trabalho que estamos apresentando e os exibirá com orgulho.
            Procuramos dar senso histórico aos acontecimentos, remexendo e pondo ordem e cronologia no entulho de informações que conseguimos captar.
            Algum dia, em algum lugar, algum Lampert dará continuidade ao nosso trabalho para que se perpetue.
            Este é um livro de família. Guarde-o para ser conhecido pelos seus descendentes.
            Informe os erros, ausências e alterações familiares, para manutenção de um registro sempre atualizado.
            Orgulhe-se de ser um descendente Lampert e dignifique o nome.
            Ponha na parede de sua casa um quadro com a estampa do nosso brasão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
          Garibaldi e a Guerra dos Farrapos, 1858 - Lindolfo Collor;
            Alemães e descendentes do  RGS na Guerra do Paraguai, 1968, Klaus Becker;
            Enciclopédia. Riograndense – A guerra dos Farrapos  - Walter Spalding  - 1956,
            Os Farrapos, 2003, Carlos Urbim,
            Santa Clara, Theodor Firmbach

            Farrapos – A Guerra que Perdemos, Jorge Telles

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