REVOLUÇÃO DE 1930
Pela primeira vez, e provavelmente a
única, o Rio Grande esteve unido em torno de um objetivo e um nome - Getúlio
Vargas. Não havia confronto de idéias e muito menos de luta armada. Getúlio
dirigia o estado e foi candidato à presidência da república contra o paulista
Júlio Prestes. Prestes venceu as eleições mediante óbvia fraude eleitoral. A
revolução se antecipou à sua posse e Getúlio foi conduzido pelos vitoriosos à
presidência da república. Havia fraude eleitoral em toda a parte do Brasil. Em
nosso estado, Getúlio fez 99% dos votos. Nosso pai, getulista na época, nos
contava, que no dia da eleição votara dez vezes em Getúlio. Uma com seu título
eleitoral e mais nove vezes com títulos de gente que já havia falecido. Era
mesário e em sua urna Getúlio ganhou por unanimidade. Os tempos eram assim.
REVOLUÇÃO
CONSTITUCIONALISTA - 1932
Getúlio Vargas, após a vitória da
revolução de 1930, subseqüente à sua derrota eleitoral como candidato à
presidência da república, prometera democratizar o Brasil pela convocação de
uma Assembléia Constituinte. Não cumpriu o acertado com seus companheiros de
campanha. Já havia um cheiro de
ditadura no ar. Em 1932 os governos estaduais de Minas Gerais, Rio Grande do
Sul e São Paulo acertaram intimar Getúlio a democratizar o país, e se
necessário, obrigá-lo pela força das armas em novo levante revolucionário.
Getúlio não se intimidou e gestionou obtendo adesão de Minas Gerais e após,
também do Rio Grande do Sul, que tinha Flores da Cunha como interventor do
estado. Flores havia se comprometido com os paulistas e na última hora trocou
de lado. Já haviam sido formadas forças provisórias no interior do Estado, e em
dois municípios, Lajeado e Soledade, a atitude de Flores não obteve
concordância e se declararam favoráveis à São Paulo, e portanto, contra Flores e Getúlio, mantendo a palavra
empenhada com os paulistas. Não se mata nem se morre pelo cumprimento de um
romântico compromisso firmado por terceiros.
A maioria dos voluntários nem sabia bem o que estava ocorrendo e foram à
revolução levados por lideranças ou por
mero espírito de aventura.
Fotografia de reunião de aliciamento em
Estrela.
Gal. Candoca,
juntamente com líderes de Lajeado e Estrela, buscando a participação dos estrelenses na revolução de 1932, chefiada
por ele em Soledade. A foto é de agosto de 1932
Foto
Luciano Lampert
Sentados: Raúl Lopes da Silva, Mário
Lampert, Gal. Candoca, Manuel R. Pontes Fº
(ex –prefeito de Estrela), Willy Müller e Darcy Barcellos
De pé: Orestes Comel, Alfredo Schaunberger,
Oscar B. Rohenkohl, ??? , Adolfo
Faller, ???
Orlando Fett, João D.
Azeredo, Mário Jaeger, Frontino H. Azeredo, Waldemar Jaeger, Carlos C. Grün
, ???
, ??? e Cristiano P. Enger.
As forças dos dois municípios tinham se reunido nas florestas de araucária
na serrania existente na divisa dos antigos municípios de Lajeado e Soledade,
aguardando as ordens de Flores para marchar contra Getúlio. Sentindo-se
traídos, e em bravata, desafiaram Flores, sem forças suficientes e aguardaram
adesões que não se verificaram.
Os lajeadenses, entre eles o nosso
pai, chegaram a participar de uma surtida de forças que visava encontrar
destacamento vindo de Soledade, para atacar as forças da Brigada Militar na
localidade próxima de Quatro Léguas. Perderam-se e não lograram encontrar seus
companheiros nem os soldados legalistas. Decepcionados, retornaram para Campo
Branco. As comunicações entre as tropas eram precaríssimas
Os revolucionários tinham levado um
fotógrafo consigo para documentar o episódio. Foram fotografados em Campo
Branco (cerca de cem homens aparecem na foto). Ao voltar para Lajeado, o
fotógrafo foi preso pelos brigadianos de Flores, que o obrigaram a revelar o
filme e identificaram as pessoas da foto.
Mário Lampert, de
roupa clara e chapéu inclinado, é o último à direita de segunda fileira
Com a derrota pelas armas dos
paulistas, tornou-se inútil qualquer ato bélico isolado e as forças foram
dispersas. Nesse ato, em 13 de setembro de 1932, os revolucionários foram
atacados pela brigada. Travou-se um combate à margem de um “passo” do arroio
Dudulha, quase na desembocadura no rio Fão, na antiga divisa dos municípios
acima citados, cerca de 40 km além de Lajeado, pela rodovia BR-386 - Estrada da
Produção. Cinco soldados "provisórios" revolucionários caíram no
local e foram sepultados na pequena localidade de Barra do Dudulha onde jazem
até hoje, heróis esquecidos dum episódio um tanto quixotesco. No dia seguinte,
nosso pai, há dias desmobilizado, retornou ao local do combate, acompanhado do
médico Dr. Renê Flores e do escrivão do distrito de Fão, Mário Cattoi, para atendimento dos feridos e
sepultamento dos mortos. Anos mais tarde, lá estivemos com nosso pai em visita
sentimental. Uma testemunha e anônimo versejador celebrou o acontecimento.
Temos cópia da poesia singela em nossos arquivos. Tem 33 estrofes e começava:
Assim
quero falar,
Na
revolta de Soledade.
Até
o povo miúdo
Fez
muita novidade.
A
guerra se acabando,
Sempre
fica inimizade.
Revolta
de Soledade,
Com
os corpos provisórios.
Tomaram
o quartel,
A
Intendência e os Cartórios.
Estou
velho, não presto mais,
Não
dei meu ajutório.
e vai por aí afora.
Literatura de cordel, mas traz um testemunho escrito valioso dos fatos
ocorridos. Provavelmente o único. Vários nomes, de pessoas ou locais são
citados sem distinção, prejudicando o entendimento. Talvez alguém da região
possa decifra-los.
Mário Lampert aparece saliente na
fotografia, (pode ser reconhecido por sua magreza) cujo original se encontra em
nosso poder. Identificamos também o Tte. Heitor Alves de Oliveira, Lothar
Felippe Christ e Mário Jaeger, todos em primeiro plano e marcados com um ponto
de tinta na altura da virilha. Alguns
outros ainda hoje poderiam ser
identificáveis na foto. Temos a relação dos 96 lajeadenses
participantes. Eram os mesmos voluntários de 1930. Podemos ainda lembrá-lo
contando os "causos" divertidos dos "soldados" civis
citadinos, sem nenhuma prática de vida no interior da floresta. Este é um
episódio quase desconhecido do púbico.
Tínhamos conhecimento que nosso pai
fornecera à um historiador (que, de uma forma indelicada, deixou de mencionar a origem) uma relação dos
participantes e a fotografia dos voluntários em Campo Branco, além dos que
lembrávamos e identificamos na fotografia. Nosso parente Sérgio Mello Jaeger,
filho de um dos participantes encontrou uma cópia, 30 anos depois, e nos
enviou. ampliando o número das pessoas por nos conhecida. Antenor Lemos, A.
Lange, Elemar Bohrer, Carlos Stein, Teodoro Bernardo dos Santos, Dr. Miguel
Santana, Otaviano Silva, Justiniano Pinheiro e Jacob Leopoldo Heineck. Entre
eles, ainda, uma figura impar, Martim Bernardo dos Santos, apelidado, por
razões óbvias, de “Martim Perigoso”. Anos mais tarde, numa oportunidade que
nosso pai foi ao distrito de Vila Progresso (hoje município) e fomos junto,
assistimos o contato fraterno e as trocas de reminiscências revolucionarias
entre os dois. Não faltaram boas
risadas.
Flores era de temperamento generoso,
mas contrariado, tornava-se exaltado e
vingativo, não perdoou a afronta da cidade e sempre exerceu hostilidades contra
o município, onde, passou a perder todas as eleições. A emancipação do distrito
de Arroio do Meiofoi um revide de Flores. O município de Lajeado, por muitos
anos não teve nenhum logradouro público com o nome de Flores. Abriu-se então
uma guerra fria que gerou episódios como a prisão do nosso pai em Porto Alegre,
durante duas semanas, por críticas ao governo, em seu jornal hebdomanário “A
Semana”, curiosamente durante um certo tempo, bilingue. Nosso pai foi conduzido
preso pela Brigada à Porto Alegre, a bordo de um vapor fluvial pelo rio
Taquari. Ao saber da prisão, o companheiro de revolução, o mais tarde Tte. do
exército Heitor Alves de Oliveira (claramente identificado bem no centro da
fotografia, de chapelão, baixote e gordinho), tomou o mesmo vapor e acompanhou
o amigo até o local de sua carceragem. Ficava lá todo o dia e no outro dia
retornava, até a libertação. Temia que seu amigo fosse assassinado no cárcere.
Era um amigo fiel e sem medo. Os tempos eram de perseguição e violência.
Retornaram juntos à Lajeado. Tempos depois, o episódio culminou com o
assassinato, em tiroteio generalizado, de um líder político local, Orlando
Fett, praticado por um subdelegado nomeado por Flores, já anteriormente
condenado por assassinato e de quem obteve, mesmo novamente condenado pelo
tribunal do júri, todos os favores e liberdades possíveis, inclusive
aposentadoria.
Publicada a história, fomos
procurados por João Carlos Lampert, residente em Porto Alegre, que lendo sobre
a revolução constitucionalista de 1932, nos informou que seu pai Alberto
Reinoldo Lampert (l911-1999), 3ª emigração, filho 8, migrante para Saldanha Marinho, participou
ativamente da contenda.
Seu pai lhe confirmara os fatos
relatados no nosso trabalho, inclusive o número dos mortos, e ele contou-nos
detalhes que seu pai lhe transmitira e que não estavam no nosso livro, mas que
eram do nosso conhecimento e que deixamos de mencionar por considera-los
irrelevantes
As tropas da Brigada, ao se
dirigirem para o Rio Fão, passaram na Costa do Jacui, hoje Saldanha Marinho, e
então município de Cruz Alta, convocaram e obrigaram jovens a assinar compromisso e incorporaram, à força, descendentes dos colonos, para participar
como integrantes do Corpo Provisório da Brigada, em força auxiliar eventual.
Impuseram ao recruta um fardamento, entregaram-lhe em fuzil Mauser e uma
cartucheira municiada, sem qualquer preparo psicológico ou militar. Saiu direto
para a guerra, sem compreender quem era o inimigo e o porquê da ação
bélica. Lá se foi o recruta,
contrariado, sem entusiasmo e sem conhecimento de práticas militares. Era quase bucha para canhão. Nas duas
refregas que participou, atirou em quem o visava, procurando matar para não
morrer.
Alberto Reinoldo Lampert deixou por
escrito para seus descendentes, registro das ocorrências de sua aventura
forçada. Foi convocado e incorporado em 25 de agosto de 1932. Já no dia 3 de
setembro, oito dias depois de incorporado, participou do primeiro combate com
as forças revolucionárias e retirada estratégica da Brigada. As forças legais
tentaram atravessar o rio Jacuí no passo do Rocha, onde foram aguardados pelos
revolucionários. Tiveram de recuar, perdendo oito soldados.
Dentro do espírito minucioso de
exatidão, característico dos germânicos, informou que seu coronel fora Victor
Dumoncel, seu major Renato Dumoncel, seu capitão Sirilo Lírio e seu 2º sargento
Dorival Fernandes. Curiosamente, deixou para seus descendentes o conhecimento de
que o assassinato do pai de Leonel Brizola teria sido, anteriormente, executado
por membros do seu batalhão. Nosso pai
também tivera, na época, a mesma notícia.
A informação transmitida por Alberto
Reinoldo mencionava ainda o nome dos dois soldados que teriam recebido a ordem
para prendê-lo em uma fazenda em São Bento, perto de Carazinho. Tantos anos já
se passaram e julgamos ser procedente informar os nomes que nos foram
transmitidos. Haverá sempre alguma controvérsia. Seriam Juvêncio Mello e o
filho adotivo do Cel. Victor Dumoncel, João Maria.
Depois dos combates e vitória da
Brigada, serviu como soldado de manutenção da ordem pública em Soledade. Para
sua surpresa e curiosidade, velava também pela segurança nos prostíbulos da
cidade. Posteriormente, em 20.5.1933 foi desmobilizado junto com os demais
colonos.
Gostava de contar as suas aventuras
e as dos outros convocados. A maioria cômicas, mas silenciava no momento da
pergunta se havia matado alguém. Setenta anos depois dos fatos, descobre-se que
dois Lampert estiveram em lados opostos também nessa revolução. De um lado, um
voluntário bisonho. Do outro um soldado incorporado à força. Ambos parentes e com
o mesmo sobrenome de imigrante alemão.
Por pura curiosidade, resolvemos
conferir as informações de Alberto Reinoldo. Fomos ao Museu da Brigada na rua
dos Andradas, em Porto Alegre, e encontramos as comunicações formais das
operações de combates em 1932. Os coronéis que as comandaram eram dois, um, o
citado pelo nosso parente e o outro Valzumiro Dutra. As informações do
convocado e do nosso pai eram absolutamente corretas. Interessante, lemos a
informação inicial de que os revolucionários seriam mais de mil e que os mortos no combate do Dudulha foram mais de
30. Como em todas as guerras, a primeira vítima sempre é a verdade.
Em alguns trabalhos históricos,
temos encontrado também o nome do arroio como sendo Duduia, sem dúvida uma
corruptela do linguajar do caboclo, que também pronuncia trabaio, baraio,
vermeio etc.
Temos conhecimento de outras afirmações
relativas à esse episódio, com diferenças no número de mortos e outros detalhes
menores. Em história, é assim mesmo. Cada um passa para a posteridade a versão
que tem conhecimento Em um tumulto generalizado, se consultarmos dez
participantes, teremos dez versões. Talvez a única unanimidade seja a data.
MARECHAL DO AR MIGUEL LAMPERT
Com bastante dificuldade encontramos
os registros dos antepassados e descendentes de Miguel Lampert. Miguel foi o único Marechal do Ar (post
mortem) brasileiro que comandou a 5ª Zona Aérea de Canoas. Era filho de Alfredo Lampert e neto de
Michael Adam, 2º filho do 6º emigrante Michael Lampert, 1ª emigração. Miguel era aviador e, juntamente com Eduardo
Gomes, foi um dos criadores na Força Aérea Brasileira. Os filhos e netos de Miguel
estão espalhados no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Brasília e
Estados Unidos. Muito nos orgulha o parentesco com Miguel, que deixou
inesquecíveis lembranças como cidadão e militar em Santa Maria e Canoas, onde é
nome de rua e da sede social da 5ª Zona Aérea.
OUTROS
As relações entre as famílias eram
muito fortes e a confiança recíproca era uma necessidade de sobrevivência.
Assim, nas famílias conhecidas, os filhos casavam-se entre si. Era comum o
casamento de dois irmãos de uma família com dois de outra e entre primos, mas
encontramos um caso inusitado que vale a pena relatar.
-
Ernestina Maria Lampert faleceu noiva de Manoel José Ribeiro Barreto;
- Maria Amália Lampert foi a 1ª
esposa do mesmo Manoel;
- Clementina Lampert foi a 2ª esposa
do mesmo Manoel;
- Alvina Lampert casou com Luiz José
Ribeiro Barreto; e
- Adolfina Lampert casou com
Floriano Ribeiro Barreto.
Cinco irmãs e três irmãos. As
mulheres eram filhas de Carlos Lampert, casado com sua prima-irmã Maria Luiza
Lampert Kersting. Carlos era o 4º filho do 6º emigrante da 1ª emigração,
Michael Lampert.
Verificamos a existência de mais
dois casos: dois irmãos e uma irmã Lampert, que casaram-se com duas irmãs e um
irmão Schwarz e ainda três irmãos Lampert que se casaram com três irmãs Blauth.
Pai viuvo e filho Lampert casaram
com duas irmãs, uma viuva e outra solteira.
Encontramos o casamento de um viuvo
Lampert com uma noiva 49 anos mais moça;
No livro Companheiros de Jornada, do
padre Jacob Koch, SVD encontramos referência da beatificação de quatro santos
católicos, sendo um deles Monsenhor Karl Lampert, pró-vigário do Tirol, preso e
internado no campo de concentração nazista de Dachau, por atividades
consideradas como colaboração na fuga para a Suíça, de judeus perseguidos. Foi
eliminado naquele campo de triste memória em 1944.
EVENTOS
Fomos
surpreendidos em outubro de 1997 com um convite, enviado por Amandos Lampert,
terceira imigração, juntamente com seus filhos Venildo José, Ênio Antônio, Sadi
Luiz e Lurdes Elani, organizadores, para participar de um segundo encontro da
família Lampert em Três Passos. Lá estivemos. O primeiro encontro foi
organizado em Vista Gaúcha, pela família de Arlindo Lamperth (sic). Novo
encontro em 1998 foi patrocinado por Ivanor Fetter e sua esposa Vera Lúcia
Lampert Fetter em Ati-Açu, Sarandi. O encontro de 1999 foi em Marechal Cândido
Rondon, no Paraná, com patrocínio de Nilson Darci Lampert, seu irmão Valdir
Elemar e respectivas esposas, onde tivemos ocasião de participar do consumo de uma
especialidade culinária local - um boi inteiro assado na brasa. No ano 2000 foi
em Crissiumal no RS, organizada por Élio Lampert e família. No ano 2001 foi em
Dois Irmãos, organizado por Ernesto Lampert e sua esposa Marlise. Em 2002 foi
em Coqueiros do Sul, dirigido por Oscar Edgar Lampert e sua esposa Neusa. Em 2003 em Canabarro, distrito de Teutônia,
por Olavo e Gladis Lampert Jacobs e em 2004 em Carazinho, por Hélio Lampert e
familiares. Em 2005 em Augusto Pestana, por Amauri Luiz Lampert e sua esposa
Simone. Lá encontramos os vinhos das marcas Dom Balduíno e Dom Giuseppe, da
produção artesanal do Amauri Luís e em
cujo rótulo identificamos o brasão dos Lampert Em 2006 a festa foi em Barracão
- PR . Em 2007 foi em Quevedos - RS, organizada por Pedro Ivo Costa Lampert,
sua esposa Ana Aracy e sua irmã Carmem Lampert Berwanger. A XIII Lampert Fest em 2008 foi em Itapuca, município de Anta
Gorda, à convite de Pedro Spinelli Lampert e seu irmão Ernesto Spinelli
Lampert,. esposas e familiares.
No convite que recebemos para a XIII
Lampert Fest, constava um texto oportuno, que abaixo publicamos, de autoria de
Bernardete Lampert Zanuzzo e sua prima Ivanete Zatt Lampert, filhas dos
patrocinadores do encontro em Itapuca.
É um belo momento
De agradecer à Deus
O milagre da vida,
A saúde, os amigos,
A eterna magia dos filhos,
A doce curiosidade dos
netos,
Peraltas e inteligentes,
E, no meio de tanta
vida,
Participar é conviver,
Um dia cheio de
atrações,
O abraço das gerações
Entoa festivos hinos
Da
mais pura emoção.
Afago para o coração
E, formando novos laços,
Mantém o ritmo da vida.
Torna-nos mais felizes,
pois
Mesmo em galhos
diferentes
Temos as mesmas raízes!
A XIV Lampert Fest foi realizada em
Santana do Livramento, no dia 17 de setembro dr 2011 por Renato Barbosa Lampert.
A XV em Santa Maria, por Jadete Barbosa Lamnpert e a XVI em Languiru, por
Gladis Lampert Jacobs em 15 de setembro de 2013. A XVII relizada em São Pedro do
Sul em 12 de outubro de 2014, conduzida por Rita de Cásia Silva e seu esposo
Haroldo Silva
É o
desejo inconsciente também dos Lampert de tornar a conhecer-se em reuniões que
se iniciaram de forma espontânea e sem grandes ilusões. De uma forma natural,
os encontros da família passaram a chamar-se LAMPERT FEST. O crescimento do
número dos participantes, na medida em que se sucedem os encontros, alcançando
centenas, se identifica com um desejo cada vez mais difundido de conhecer nosso passado. É oportuno manter, revisar e ampliar o
conhecimento das nossas origens. Sempre aparecerá mais um Lampert,
completamente desconhecido e em lugar não imaginado, mas de antepassados já
conhecidos.
No presente, temos uma história do
passado. Participemos, para que tenhamos uma história do futuro e da qual
façamos parte integrante.
Conseguimos refazer o itinerário
inicial de famílias de colonos que migraram de
Dois Irmãos, Brochier e Estrela para outras comunidades relativamente
próximas dos primeiros locais de assentamento, encontrando seus ascendentes
mais idosos sepultados nos cemitérios dos municípios da região do Alto Taquarí
e daí para o noroeste do RS, chegando até às barrancas do rio Uruguai, nas
então chamadas Colônias Novas, que
marcaram assim o roteiro realizado por cada nova geração, em busca de terras, ainda virgens, para as famílias numerosas. Posteriormente, fomos
encontrá-los nos cemitérios do oeste de Santa Catarina e mais tarde já no oeste
do Paraná, e daí rumo ao norte, sempre participando do desbravamento na nova
fronteira agrícola. Hoje, já os identificamos e contatamos no norte do Brasil e
também no estrangeiro.
E P Í L O G O
Procuramos nossos ancestrais e os
encontramos. Era gente simples e ordeira. Agricultores e artesãos como a grande
maioria de todos os antepassados emigrantes. Esquecidas as dificuldades, coube
aos emigrantes a adaptação à nova terra e dedicar-se com tenacidade aos seus
labores na luta pela sobrevivência. Só o trabalho gratifica e enobrece. Vieram,
amaram e tiveram filhos, vencendo os percalços que se apresentavam a todo o
momento, auxiliados pela solidariedade existente entre os emigrantes. Venceram mares e rios. Atravessaram vales e
montanhas. Superaram doenças e receios. Desbravaram a floresta. Criaram um novo
mundo.
Já estavam esquecidos nas brumas dos
tempos que passaram e os ressuscitamos para a história. Conosco permanecerão
agora na memória e serão motivo de orgulho pelo passado que tiveram. Esperamos
legar aos nossos descendentes os mesmos exemplos de vida que recebemos. A
pesquisa é dinâmica e vai continuar. Os resultados continuarão a se revelar
oportunamente e se tornarão disponíveis para todos.
Vamos deixar registrado em livro, o
minuto fugaz de nossa existência no universo, dizendo estive presente. Num
futuro próximo ou longínquo, um descendente nosso, encontrará seus antepassados
no trabalho que estamos apresentando e os exibirá com orgulho.
Procuramos dar senso histórico aos
acontecimentos, remexendo e pondo ordem e cronologia no entulho de informações
que conseguimos captar.
Algum dia, em algum lugar, algum
Lampert dará continuidade ao nosso trabalho para que se perpetue.
Este é um livro de família. Guarde-o
para ser conhecido pelos seus descendentes.
Informe os erros, ausências e
alterações familiares, para manutenção de um registro sempre atualizado.
Orgulhe-se de ser um descendente
Lampert e dignifique o nome.
Ponha na parede de sua casa um
quadro com a estampa do nosso brasão.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Garibaldi e a Guerra dos Farrapos,
1858 - Lindolfo Collor;
Alemães e descendentes do RGS na Guerra do Paraguai, 1968, Klaus Becker;
Enciclopédia. Riograndense – A
guerra dos Farrapos - Walter
Spalding - 1956,
Os Farrapos, 2003, Carlos Urbim,
Santa Clara, Theodor Firmbach
Farrapos – A Guerra que Perdemos,
Jorge Telles
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