GARIBALDI
Garibaldi,
navegador e teórico da república, foi condenado à morte pela corte Genovesa, então parte do reino
da Sardenha e Piemonte, cujo rei era Carlos Alberto de Savóia. Dessa forma, teve que evadir-se
de sua Itália por participar da fracassada insurreição contra o sistema de
governo monárquico existente. Na época, o rei era a última instância do
condenado a ser executado. Poderia solicitar o perdão ou a transformação da
pena capital em prisão.
Foi para a França e foi novamente perseguido. Fugiu
para a Tunísia e depois para o Rio de Janeiro.
Com assistência da maçonaria teve uma
entrevista com Bento Gonçalves, autoridade militar da República Rio-Grandense e
prisioneiro em fortaleza Imperial no Rio de Janeiro. Afinados, acertaram que lhe seria outorgada
pela república uma Carta de Corso, que o habilitaria a atacar e apreender
navios de guerra ou de comércio com bandeira do Império juntamente com suas
cargas, em troca da metade do butim. Em
seu pequeno barco, tremularia pela primeira vez nos mares o pavilhão tricolor
farrapo. A Carta de Corso mencionava que o barco deslocava 120 toneladas.
A novel república lhe
facilitaria o acesso aos portos marítimos que dispusesse, assim como os dos
“países amigos” para reabastecimento.
Em
poucos dias, Garibaldi
conseguiu tripulação (a maioria de italianos expatriados como ele) e um pequeno barco de cabotagem, que deslocava 20 toneladas – denominado de Mazzini. Armou um
pequeno canhão no convés, escondido entre mercadorias, e aproou ao oceano em
busca de presas. Junto com elas, também
alcançou a imortalidade.
Em mar aberto, sob
ameaça, abordou o navio de carga Luiza e tomou-o.
Renomeou o barco apreendido como Farroupilha. Trasladou-se para o novo
barco e desfraldou a bandeira farrapa. Após, afundou o Mazzini.
Como corsário honrado, não tocou nos tripulantes, passageiros e seus
bens pessoais. Mais ao sul deixou-os em terra firme sãos e salvos.
Após tentar vender o produto do
primeiro saque em Maldonado – 54
toneladas de café em grão –, foi perseguido pela marinha uruguaia. Entrando em águas argentinas, foi atacado, sendo ferido no pescoço. Foi preso e teve o seu
barco confiscado, bem como o produto do saque
apreendido. Esteve em relativa liberdade
pessoal em uma pequena vila, onde restabeleceu-se. Na segunda tentativa de fuga a cavalo, via
Uruguai, chegou a Piratini, onde se apresentou para lutar pela república.
Na Argentina, aprendeu a cavalgar.
Guerrear aprendeu com os farrapos.
Construiu em Camaquã dois barcos (o Seival e o Rio Pardo) e praticou atividades de corso nas águas interiores do RS.
Ajustou com a república que o resultado do saque aos navios de comércio do
Império brasileiro seria divididos em três partes iguais, cabendo uma delas a ele próprio. Mais tarde,
cercado no rio Capivarí, conduziu os navios por terra até o mar em
Tramandaí.
Porém, apenas o Seival chegou a Laguna, onde participou da tomada da cidade. O Rio Pardo
naufragara em águas de Santa Catarina. Como corsário, reiniciou com sucesso a
prática de saques de navios cargueiros do Império, contando com uma esquadrilha
de três barcos que atuavam em conjunto: O Rio Pardo, navio Capitânea (ex
Itaparica), comandado por Garibaldi, o Seival e o Caçapava. Lá conheceu e enamorou-se por Anita que seria sua
valorosa companheira.
Meses depois, derrotado junto com os
farrapos em Laguna e após
o colapso da República Juliana, perdeu todos os barcos e o butim obtido
com as atividades de corso que praticou nas imediações do porto de Laguna, retirando-se por terra para o
sul.
Acossado em Curitibanos, teve que
aceitar o combate e
deixou Anita, juntamente com alguns soldados, em guarda da munição. Derrotado,
fugiu para o RS, deixando Anita prisioneira do Império. Anita evadiu-se sozinha
e foi ao encontro de Garibaldi. Já grávida, encontrou-o dias após em Vacaria.
Ao se dirigirem para o sul, os
Farrapos encontraram oposição armada na vila do Imaruí. Canabarro, irritado,
determinou a Garibaldi que tomasse a vila pelas armas e autorizasse o saque das
moradias. Não encontraram riqueza e sim muita bebida alcoólica. Desvairados,
praticaram estupros, roubo de objetos, violências. Garibaldi menciona o fato em suas memórias.
Este ato foi o seu único arrependimento no Brasil.
Acompanharam o exército farrapo em
retirada até Viamão, onde ficaram “abrigados”, certamente em casa alheia.
Mais tarde, com a gravidez de sete meses e sem
lar, Anita acompanhou os
mil farrapos na aventura fracassada de tomar o porto de São José do Norte.
Nos arredores de Mostardas, foi
abrigada em rancho de pescadores –
família Costa –, aguardando
o parto. Garibaldi seguiu para a batalha. Derrotado outra vez em 15 de julho, fugiu
novamente. Poucos dias
antes de nascer seu filho, foi ao encontro de Anita. Nascido o filho Menotti em
16 de setembro de 1840, constatou que não havia roupas adequadas para a criança
nascida em inverno rigoroso. Dirigiu-se a cavalo à Viamão, onde conseguiu auxílio de outro italiano para
comprar as roupas. Retornando a Mostardas, não encontrou mais a mulher e a
criança, que por temor dos Imperiais, fugira com seu filho para os matos, onde
Garibaldi os encontrou.
Os Farrapos determinaram que o casal
fosse mais uma vez abrigado em casa abandonada, à beira da Lagoa dos Patos,
junto a foz do rio Capivari.
Garibaldi, Anita e o filho, no começo de 1841, acompanharam a retirada dos
exércitos farrapos de Setembrina (Viamão), subindo a serra até Vacaria, com
atrozes sofrimentos, frio e fome.
Dali para Passo Fundo, Cruz Alta e finalmente São Gabriel. Participaram
de batalhas como vencidos e vencedores, sem que houvesse qualquer resultado
definitivo. Em suas memórias,
a nomeia de “ritirata disastrosa”.
Garibaldi compreendeu que a
revolução não tinha mais futuro de vitória e sucesso pela inexistência de um
porto marítimo. A paz tinha só um
impasse. Os farrapos queriam um acordo entre países e o Império oferecia
anistia geral aos insurretos. A República Rio-Grandense jamais foi reconhecida
como país por qualquer outra nação. Nem pelo Uruguai. Quatro anos após, a
anistia finalmente foi aceita a contragosto, com o custo de centenas de vidas perdidas
inutilmente em batalhas que não levaram a nada. Um arremedo de acordo de paz em Ponho Verde , foi e
ainda hoje é veiculado como sendo verdadeiro. O Império jamais assinou qualquer
acordo com os Farrapos.
Em março de 1841, com aprovação de
Bento Gonçalves e na maior miséria, decidiram ir de São Gabriel para o Uruguai,
donde mais tarde iriam para a Itália. Garibaldi recebeu pelos serviços que
prestara à república 900 bovinos como pagamento. Mau tropeiro, chegou a
Montevidéu só em junho, com cerca de 300 esquálidas cabeças de gado que foram
vendidas para pagar o custo dos tropeiros contratados e os primeiros gastos em
Montevidéu. Havia pedido anistia, prometendo não mais combater contra o
Império. Foi-lhe concedida.
Poucos anos antes de partirem do Uruguai
para a Itália, Anita, com mais filhos, já casada anteriormente em SC, ao
acreditar no falecimento do seu primeiro marido contraiu um segundo casamento
com Garibaldi.
Pesquisadores nunca encontraram a
sepultura do seu ex-marido.
Anita apresentou-se na igreja como solteira e
analfabeta (mesmo que trocasse
cartas com Garibaldi), e
por isso não assinou a documentação. O casamento foi em dia impróprio – Sábado de
Aleluia – e não foi realizado pelo pároco e sim por um padre alheio àquela
igreja. Foram dispensados os proclamas e Garibaldi deu um relógio de ouro ao
padre oficiante. A mãe de Garibaldi jamais aceitou esse casamento como válido, sendo por isso motivo de
contínuas desavenças entre elas.
Durante certo período – 17 de junho de 1841 até 15 de
abril de 1848 – combateu no
empobrecido Uruguai ao lado do presidente José Fructuoso Rivera, que lhe
atribuiu o comando da pequena esquadra de três navios de guerra em lutas
internas e contra o ditador argentino Rosas. Derrotado em combate, mais uma
vez, mandou incendiar a frotilha. No Uruguai, como mercenário mal pago, foi
sempre um enteado da sorte. Viveu em extremas dificuldades financeiras,
suportadas com coragem por Anita. Em 27 de dezembro de 1847, mandou a esposa e
filhos para a Itália e logo seguiu-os. Lá, em outra fuga continuada após mais derrotas e fugas na
Itália, Anita (grávida novamente) encontrou a morte sem qualquer
assistência. Garibaldi, acuado, reiniciou a fuga e solicitou a terceiros que
sepultassem Anita. Com medo dos austríacos que proibiam qualquer auxilio aos
rebeldes, o fizeram em surdina em cova rasa, clandestina, num monturo e com
medo de peste, arrastaram-na com uma corda pelo pescoço. Cinco dias após,
apareceu o braço da Anita. Avisada a polícia austríaca, o legista, em razão de
marcas de corda no pescoço e traqueia rompida, atestou, erradamente, morte de
Anita por enforcamento e denunciou Garibaldi como assassino. O falecimento
natural de Anita foi, na verdade, assistido por várias pessoas. Com o atestado
de óbito, foi levada em uma carroça e sepultada num pequeno cemitério. Somente
dez anos depois, seus despojos foram trasladados para uma sepultura condigna.
A História dignificou-a como
figura exemplar, estoica, esposa, mãe e guerreira. Hoje existe em Laguna museu e estátua em sua
homenagem. Seus valores
servirão de modelo, pois,
mesmo não tendo nascida gaúcha, é orgulho nosso.
Em suas memórias, Garibaldi faz
mínimas referências à Anita e aos farrapos. Lamentou não dispor na Itália de
cavalaria igual à dos exércitos farrapos.
Há mais em outras fontes: O padre em exercício da
vice-presidência da República Juliana, em Laguna, entrou sem avisar na sala do
general e deparou-se com
Canabarro, de calças arriadas, mantendo relação sexual com uma lagunense
encostada em sua escrivaninha. Saiu aos gritos de “vi o demônio”. Lá se
finalizou a ruptura entre os Farrapos e a República Juliana.
Após a retirada dos Farrapos, o
padre foi encontrado nas ruas de Laguna, morto, nu e castrado.
Tempos depois, em nova situação
política na Itália, Garibaldi foi o herói que congregou todas as forças e levou
à unificação do seu país. Apesar de ser
um antimonarquista declarado e ativo, Garibaldi acabou encontrando a glória ao
contribuir para a unificação da Itália sob a monarquia de Vitor Emanuel II,
filho de Carlos Alberto, soberano da Sardenha que abrangia Gênova – e cuja corte condenara
Garibaldi à morte em 1834, mais de vinte anos antes, por atividades violentas contra a monarquia.
Quem diria.
Carlos Alberto de Savóia era rei da Sardenha e
Piemonte em 1832 e pai de Vitor Emanuel II, rei da Sardenha e Itália unificada,
de 23-3-1849 a 17-3-1861. Lutou para que o filho do rei que o condenara a morte
fosse o rei que unificaria a Itália.
Terminada a luta, Garibaldi recebeu
do rei, como compensação de sua participação nos combates, a propriedade de
toda a ilha de Caprera, onde bem mais tarde faleceu.
Esta foi a vida de um controverso
aventureiro, mercenário, soldado da fortuna, que nunca lutou sem vantagem
econômica.
Os povos necessitam ter heróis para reverenciar.
Bibliografia: Entre
outros, livros: História de Santa Catarina, do lagunense Oswaldo R. Cabral –
Editora Laudes (vide Google), Anita
Garibaldi, de Paulo Markun – Editora SENAC – São Paulo.- ZH de 7-9-2011 pg 29,
Dicionário Farroupilha – Garibaldi e a Guerra dos Farrapos, de Lindolfo Collor.
– Vitor Emanuel II da Itália de Marcos Júnior (Wikipédia - Google) – Expedição
dos Mil (Wikipédia)
Curiosidade: Veja no
Google – Garibaldi – La vera stória di um ladro de cavalli e Garibaldi – Il
sbarco in Sicília – Clique TRADUZIR
A seguir, biografia de
Vitor Emanuel II e relato da “Expedição dos Mil”, encontrado Wikipédia no
Google.
A EXPEDIÇÃO DOS MIL
A expedição dos mil (em italiano Spedizione dei Mille) foi um evento do
Risorgimento italiano, que ocorreu em 1860. Um corpo de voluntários liderados
por Giuseppe Garibaldi desembarcou na Sicília, a fim de conquistar o Reino das
Duas Sicílias, governada pelos Bourbons.
O projeto era um empreendimento
ambicioso e arriscado com o objetivo de conquistar, com mil homens, um reino
com um exército regular maior e uma marinha mais poderosa. A expedição foi um
sucesso e foi concluída com um plebiscito que trouxe Nápoles e Sicília para o
Reino da Sardenha, a última conquista territorial antes da criação do Reino da
Itália, em 17 de março de 1861.
A perigosa empreitada ao mar foi a única
ação desejada que fora decidida conjuntamente pelos "quatro pais da
nação" Giuseppe Mazzini, Giuseppe Garibaldi, Victor Emmanuel II, e Camillo
Cavour, que perseguiam objetivos divergentes. No entanto, a expedição foi
instigada por Francesco Crispi, que utilizou sua influência política para
reforçar o projeto de unificação italiana.
Os vários grupos participaram da
expedição por uma variedade de razões: para Garibaldi, objetivo era conseguir
uma Itália unida; à burguesia Siciliana, uma Sicília independente como parte do
reino da Itália, e para os agricultores de massa, distribuição de terras e o
fim da opressão.
Os eventos da expedição foram
realizados dentro do processo global de unificação da Itália, que foi em grande
parte orquestrada por Camillo Cavour, o primeiro-ministro da Sardenha-Piemonte,
como o trabalho de sua vida. Após a anexação do Grão-Ducado da Toscana, os
Ducados de Modena e Parma e da Romagna para Piemonte em março 1860, os
nacionalistas italianos voltaram seus olhos para o Reino das Duas Sicílias (que
compreendia toda a Itália continental sul e Sicília), como o próximo passo em
direção ao seu sonho de unificação de todas as terras italianas.
Em 1860, Garibaldi, já o mais famoso
líder revolucionário italiano, foi à Gênova planejando uma expedição contra a
Sicília e Nápoles, com o apoio secreto do Reino Unido. Líderes da Sicília,
entre eles Francesco Crispi, estavam descontentes com a regra napolitana sobre
a ilha. Além disso, a Grã-Bretanha estava preocupada com as abordagens dos
napolitanos em direção ao Império Russo, em tentativa deste último a abrir o
seu caminho para o Mar Mediterrâneo; a importância estratégica dos portos da
Sicília foi também por terem aumentado drasticamente pela abertura do Canal de
Suez. Foi também sugerido (por Lorenzo del Boca, entre outros) que o apoio
britânico para a expedição de Garibaldi teria sido estimulado pela necessidade
de obter condições econômicas mais favoráveis para o enxofre da Sicília, que
foi necessário em grandes quantidades para os novos navios a vapor.
O Reino da Sardenha-Piemonte precisava
de um casus belli (fato considerado suficientemente grave pelo Estado
ofendido) apresentável, a fim de atacar o Reino das Duas Sicílias. Isto
foi necessário para a Casa de Sabóia que, no entanto, nunca deu qualquer
declaração de guerra contra o reino Bourbon, uma condição necessária, uma vez
que este foi um dos requisitos apresentados para Cavour. A única ocorrência que
teria satisfeito este requisito foi uma revolta vinda de dentro. Tal evento
teria sentido a alienação das pessoas para a dinastia que governou em Nápoles
e, em particular, a incapacidade de Francisco de Bourbon para garantir
políticas públicas aceitáveis em seus domínios. A Sicília, como mostra a
história das últimas décadas, foi um terreno fértil e o sul, liberal,
especialmente aqueles retornando após uma anistia concedida pelo jovem rei, que
trabalhou nesse sentido por algum tempo.
Em março de 1860, Rosolino Pilo exortou
Giuseppe Garibaldi para tomar conta de uma expedição para libertar o Sul da
Itália da regra dos Bourbon. De início, Garibaldi foi contra, mas acabou
concordando. Em maio de 1860, Garibaldi tinha recolhido 1089 voluntários para
sua expedição à Sicília
O maior número de voluntários veio da
Lombardia (434). Outros números significativos de voluntários vieram da Veneza
ocupada (194), Genova (156) e Toscana (78). Havia cerca de 45 voluntários da
Sicília e 46 voluntários napolitanos - mas apenas 11 a partir de Roma e dos
Estados Papais. Trinta e três estrangeiros se juntaram à expedição, entre eles
István Turr e outros três húngaros e quatorze italianos do Trentino do Império
austríaco. A maioria dos voluntários eram estudantes e artesãos das classes
mais baixas.
Os 1.089 voluntários foram mal armados
com mosquetes, e estavam vestidos com um uniforme minimalista, constituído por
uma camisa vermelha e calça cinza.
Durante a noite de 05 de Maio, um
pequeno grupo liderado por Nino Bixio capturou dois navios a vapor em Genova,
que eram da empresa de transporte Rubattino, a fim de transportar os
voluntários para a Sicília. Eles levaram os dois navios, cujos nomes eram Il
Piemonte e Il Lombardo, para as rochas próximas, em Quarto, onde os voluntários
(incluindo a esposa de Franceso Crispi, Rosalie) embarcaram para a Sicília.
Os navios desembarcaram em Marsala, na
ponta mais ocidental da Sicília, em 11 de Maio, com a ajuda de navios
britânicos presentes no porto para dissuadir os navios de Bourbon. Il Lombardo
foi atacado e afundou, mas somente após o desembarque ter sido concluído,
enquanto Il Piemonte foi capturado. Tal desembarque foi precedido pela chegada
de Francesco Crispi e outros, que tinham a tarefa de conquistar o apoio dos
moradores para os voluntários.
Em 14 de maio, em Salemi, Garibaldi
anunciou que estava assumindo ditadura sobre Sicília em nome do rei Vitor
Emmanuel II da Sardenha.
Os Mille
ganharam a primeira batalha em Calatafimi, contra cerca de 2.000 tropas
napolitanas em 15 de maio. A batalha impulsionou o moral dos Mille e, ao mesmo tempo, deprimiu os
napolitanos, que foram mal conduzidos por seus oficiais superiores, muitas
vezes corruptos, e começaram a sentir-se abandonados. Tendo prometido terras a
todos os homens que se voluntariaram para lutar nas fileiras dos Mille contra os Bourbons, aos Mille somaram-se mais duzentos homens
locais. Em 27 de maio, com a ajuda de uma insurreição popular, os Mille cercaram Palermo, capital da ilha.
A cidade foi defendida por cerca de 16.000 homens, mas estes estavam sob a
direção confusa e tímida do general Ferdinando Lanza, aos 75 anos
(provavelmente um dos oficiais napolitanos subornados com dinheiro Inglês).
Enquanto duas colunas de Garibaldinos
atacaram o perímetro, parte da população, reforçada por 2.000 prisioneiros
libertados das cadeias locais, se levantaram contra a guarnição. Quando suas
tropas foram conduzidas de volta à maioria das suas posições, Lanza
ordenou-lhes que bombardeassem a cidade por três dias, causando a morte de 600
civis. Até 28 de maio, Garibaldi havia controlado grande parte da cidade e
declarou que a autoridade Bourbon havia sido deposta. No dia seguinte, uma
contra ofensiva napolitana desesperada foi levada de volta, e Lanza pediu uma
trégua. No entanto, quando um grupo de reforço de tropas treinadas e bem
equipadas chegou à cidade, a situação tornou-se muito grave para Garibaldi, que
foi salvo apenas pela decisão de Lanza em se render. Através da mediação de um
almirante britânico, um armistício foi assinado e a frota napolitana abandonou
o porto.
As
tropas dos Bourbon foram ordenadas a ir para o leste e evacuar a ilha. Uma
insurreição que eclodiu em Catânia em 31 de maio, liderada por Nicola Fabrizi,
foi esmagada pela guarnição local, mas a ordem de partir para Messina
significava que esse sucesso tático napolitano não teria resultados práticos.
Na época, apenas Syracuse, Augusta,
Milazzo e Messina permaneceream nas mãos reais na Sicília. Nesse meio tempo
Garibaldi emitiu sua primeira lei. A imposição não conseguiu reunir mais de
20.000 soldados, enquanto os camponeses, que esperavam um alívio imediato das
condições dolorosas a que foram forçados pelos latifundiários, revoltaram-se em
várias localidades. No Bronte, em 4 de agosto de 1860, o amigo de Garibaldi
Nino Bixio reprimiu de forma sangrenta uma dessas revoltas, com dois batalhões
de camisas vermelhas.
O ritmo das vitórias de Garibaldi
tinha preocupado Cavour, que no início de julho o enviou uma proposta de
anexação imediata da Sicília para Piemonte. Garibaldi, no entanto, se recusou
veementemente a permitir tal movimento até o final da guerra. O enviado de
Cavour, La Farina, foi preso e expulso da ilha. Ele foi substituído pelo
maleável Agostino Depretis, que ganhou a confiança de Garibaldi e foi apontado
como pró-ditador.
Em 25 de Junho de 1860, o rei
Francisco II, das Duas Sicílias, tinha emitido uma constituição. No entanto,
esta tentativa final de conciliar seus súditos moderados não conseguiu
despertá-los para defender o regime, enquanto os liberais e revolucionários
estavam ansiosos para receber Garibaldi.
Na época, Garibaldi havia criado o
Esercito Meridionale ("Exército do Sul"), reforçado por outros
voluntários da Itália e alguns soldados do Piemonte disfarçados de "desertores".
Os napolitanos tinham reunido cerca de 24.000 homens para a defesa de Messina e
as outras fortalezas.
Em 20 de julho Garibaldi atacou
Milazzo com 5.000 homens. A defesa napolitana era galante, mas novamente a
ausência de coordenação e a recusa do Marechal Clary, comandante-em-chefe do
exército na ilha, para enviar reforços de Messina concedeu aos Mille mais uma vitória. Seis dias depois
Clary rendeu a cidade de Messina a Garibaldi, deixando apenas 4.000 na cidadela
e outros fortes. Os outros redutos se renderam até o final de setembro.
Em 19 de agosto, os homens de
Garibaldi desembarcaram em Calábria, em um movimento de oposição a Cavour, que
tinha escrito ao Ditador uma carta pedindo-lhe para não cruzar o estreito.
Garibaldi, no entanto, desobedeceu, um ato que teve a aprovação silenciosa do
rei Victor Emmanuel.
Os Bourbons tinham cerca de 20.000
homens na Calábria mas, para além de alguns episódios como o de Reggio Calábria,
que foi conquistada a um alto custo por Bixio em 21 de agosto, eles ofereceram
resistência insignificante, como numerosas unidades do exército Bourbon
dissolvida espontaneamente ou mesmo se juntando às fileiras de Garibaldi. Em 30
de agosto, um exército siciliano conspícuo, liderado pelo Gen. Ghio, foi
oficialmente dissolvido em Soveria Mannelli, enquanto apenas as pequenas
unidades e unidades dispersas continuaram a luta. A frota napolitana se
comportou de forma semelhante.
O Rei Francisco II foi, assim, forçado
a abandonar Nápoles e entrincheirar-se na fortaleza formidável de Gaeta,
enquanto um último posto foi criado no rio Volturno, ao norte de Nápoles. Em 07
de setembro, Garibaldi tomou posse de Nápoles, com poucos danos (ele entrou na
cidade pelo trem), saudado como um libertador pela população.
Entretanto, o Reino da Sardenha
invadiu os Estados Papais, conquistando a Itália Central (Lazio excluída)
através de algumas batalhas como a Batalha de Castelfidardo, e entrou no Reino
das Duas Sicílias, juntando-se a Giuseppe Garibaldi.
Na batalha decisiva da Volturnus (1 e
2 de Outubro), Garibaldi, com uma força de 24.000 homens, não foi capaz de
derrotar de forma conclusiva o Exército napolitano (cerca de 25.000 homens).
Somente a chegada do exército da Sardenha ultrapassou a última força Bourbon
organizada, para consolidar Gaeta.
Poucos dias depois (21 de outubro) um
plebiscito confirmou a anexação do Reino das Duas Sicílias ao Reino da Sardenha
por uma maioria esmagadora.
O final da expedição é
tradicionalmente definido com a famosa reunião em Teano (norte da Campânia)
entre Victor Emmanuel II e Garibaldi (26 de outubro 1860). Outros atribuem o
final da campanha a entrada do Rei em Nápoles no dia 7 de Novembro.
No entanto, a campanha militar ainda
não havia sido totalmente concluída, afinal Francisco II se rendeu somente em
fevereiro do próximo ano, quando finalmente se rendeu ao exército da Sardenha
liderado por Enrico Cialdini, e partiu para o exílio nos Estados Papais. Pouco
tempo depois, em Março de 1861, o novo Reino da Itália (Regno d'Italia) foi formalmente
estabelecido.
Garibaldi pediu ao rei que
permanecesse com as Duas Sicílias por um ano, enquanto ditador. Ele também
pediu que seus oficiais fossem integrados no novo exército italiano. Quando
Victor Emmanuel II se recusou a aceitar seus pedidos, ele voltou para Caprara.
A Expedição dos Mil tem sido
tradicionalmente um dos eventos mais famosos do Risorgimento italiano, o
processo de unificação da Itália.
Nos anos seguintes, o aumento da
resistência local (o chamado brigantaggio ou banditismo), requereu em certo
ponto a presença de cerca de 140.000 tropas piemontesas para manter o controle
do antigo Reino das Duas Sicílias. Tradicionalmente, a manipulação do
brigantaggio recebeu um julgamento negativo por historiadores italianos, em
estrito contraste com o heroísmo atribuído a Garibaldi e seus seguidores; o
historiador Inglês Denis Mack Smith, por exemplo, aponta as deficiências e
reticência das fontes disponíveis para o período.
A expedição, além disso, obteve o
apoio dos poderosos latifundiários do sul da Itália em troca da promessa de que
suas propriedades fossem deixadas intactas no próximo acordo político.
Numerosos camponeses sicilianos, no entanto, tinham aderido aos Mille esperando a redistribuição da
terra para as pessoas que trabalhavam nelas. As consequências deste
mal-entendido se tornaram evidentes em Bronte.
Traduzido por João Paulo Milanez de Souza
A RETOMADA DE
PORTO ALEGRE
História é a verdade. Toda
a verdade. Nada mudará nosso orgulho pelo passado do Rio Grande do Sul. Dois séculos de lutas quase contínuas que
formaram nossa identidade.
No dia 20 de setembro de 2007 ZH
publicou suplemento com primoroso e conciso trabalho histórico, intitulado “No
Tempo dos Farrapos”. Entre os 19 principais confrontos está o de 15 de junho de
1836, a
retomada de Porto Alegre pelos Imperiais.
Na maioria dos livros históricos
gaúchos este episódio é tratado superficialmente e não revela atos oportunos e
heroicos, sem precedentes, realizados por um imigrante de nome Henrique
Guilherme Mosye, tenente do Império e mais três militares companheiros,
todos prisioneiros de guerra, sargento
Sinzenando Antônio de Oliveira, sargento furriel Francisco das Chagas Júnior e
mais um cadete anônimo, que
desencadearam a reação dos legalistas.
Sem dúvida, Porto Alegre era uma
cidade portuária e sua economia gravitava em torno do porto e dos navios que
ali ficavam fundeados.
À partir da conquista da cidade pelos
Farrapos, durante cerca de nove meses, nenhum navio ali atracou, restringindo a vida econômica da cidade.que vivia em função de
ferrarias, carpintarias, cordoarias, oficinas, estabelecimentos comerciais que
não conseguiam renovar seus estoques, estivadores, carroceiros tabernas,
hotéis e bordéis Também, funcionários do
governo e militares adesistas, deixaram
de receber seus proventos em dia, pois os Farrapos não tinham no erário valor
que suportasse essa sangria mensal.
Acabou a circulação da moeda e as poucas existentes ficaram entesouradas
como é normal em economia política. Gerou dificuldades financeiras para todos e
a responsabilidade foi atribuída aos Farrapos. Desespero generalizado e
arrependimento. .
Uma reação já vinha sendo articulada
por Manoel Marques de Souza, líder militar, preso no navio Presiganga, que já
recebera informações da inconformidade da população com a situação política e
econômica reinante. Civis e militares da cidade já estavam se arregimentando
para expulsar os Farrapos. Faltava o momento propício de precipitar a revolta.
Estes quatro personagens, aprisionados
em Pelotas no dia 20 de setembro, pressentiram que o momento tinha chegado,
deram início, após terem se evadido da cadeia, da sublevação que culminou no
mesmo dia com a retomada da cidade de Porto Alegre, sem qualquer auxilio
externo, sem terem disparado um único tiro e sem qualquer ferimento de arma
branca. A reação Imperial progrediu de forma geométrica e mais de 700 soldados,
oficiais, comandante das tropas e todas as demais autoridades civis Farrapas
foram aprisionadas. Foi a maior façanha da Revolução Farroupilha.
Os Farrapos perderam Porto Alegre para
sempre, que recebeu do Imperador o título de cidade mui leal e valorosa.
Anos depois e pelos mesmos motivos, os
Farrapos perderiam o porto de Laguna.
Só mais tarde, no mesmo dia,
libertaram os oficiais do Império que se achavam detidos no navio-prisão
Presiganga, que assumiram a administração da cidade. Reclamaram por não terem
sido avisados com antecedência.
Na verdade, nem confronto houve.
Não existe na História Universal,
qualquer fato similar que se possa comparar. Nunca tão poucos realizaram tanto
num único dia. A retomada, de uma cidade ocupada pelo invasor, iniciada por
quatro soldados desarmados que se evadiram naquele momento, sem luta, ainda
hoje, é impensável.
Estes verdadeiros heróis nunca receberam
as homenagens merecidas, seus nomes raramente foram mencionados e nem o fato
singular é divulgado.
As altas patentes militares foram
promovidas e agraciadas com títulos honoríficos. O tenente foi transferido para
Pelotas por reclamar uma promoção que jamais chegou. Os quatro não são nem nome
de rua ou beco. São uns renegados. Ainda é tempo de resgatarmos a sua história
e nos orgulharmos deles.
IMIGRANTES EM TRÂNSITO
Até o início da Revolução Farroupilha, em 1835, o RS recebia cerca de
1000 imigrantes germânicos por ano, movimento devidamente supervisionado pelo
governo imperial. Levas de imigrantes em trânsito eram uma constante e a
eclosão da revolta Farroupilha
impossibilitou o controle
dos assentamentos. O Império simplesmente suspendeu as
imigrações que vinha patrocinando para o RS e os colonos que já haviam tomado a
resolução de emigrar tiveram só duas escolhas: permanecer na Europa ou aceitar
o convite para emigrar para a cidade de Petrópolis, na Província do Rio de
Janeiro. Aceitaram-no. Talvez fosse bom,
talvez não. Na verdade, queriam mesmo era se estabelecer junto aos seus
parentes que já se encontravam na Província do RS e que os estavam esperando.
As revoluções são temporárias, mas a Farrapa se estenderia por dez
anos.
A família de Peter Jacob Wasem partiu de Bremem, via Dunquerque, na Europa, pela nau Leopold, e chegou após 45
dias de viagem, em 21 de julho de 1845 e foi
conduzida ao seu destino contratado. Depois seria depois. A
contragosto, lá permaneceram como
assalariados durante nove meses.
A Província do RJ conduziu os
imigrantes para trabalhar na construção do palácio de verão da família Imperial
em Petrópolis e estradas de acesso. Não era o que os imigrantes desejavam.
Queriam era trabalhar na terra.
Como dissemos, em 1835 cessou completamente o fluxo de imigrantes para o
RS. Somente em 1844 iniciou-se modesto recomeço de chegada de colonos alemães,
apenas 66. A
partir de 1846 atingiu-se a plenitude e recordes de imigração.
Encerrado o decênio revolucionário em
1845, os colonos que tinham
anteriormente optado para se assentar em Petrópolis, tomaram as medidas que seriam necessárias
para, finalmente, chegar ao RS e encontrar seus parentes. Sabiam onde estavam.
Encaminharam petição ao Imperador, nos termos
seguintes:
"Senhor!
"Com infinitésima veneração que é devida a Vossa Majestade Imperial, dizem os colonos abaixo assinados, para esta Côrte chegados, expedidos pela casa Delrue & Cia., na cidade de Dunquerque, com a nau prussiana "Leopold", o francês "Marie" e o inglês "Agripina", por custas da Província do Rio de Janeiro.
"Eles os ditos Colonos são obrigados
à Província, pôr este ato de benignidade e amarrados a ela com suas qualidades.
Porém os suplicantes são gente bem destra na cultura do arroz e em nenhum ramo
da indústria eles podem ficar tão útil neste Império e explicar seus
sentimentos de agradecimentos, como naquele. Por consequência disto, eles
dirigem-se humildemente para a clemência de Vossa Majestade Imperial rogando
que lhes queira conceder aos suplicantes ir para a Província do Rio
Grande de São Pedro do Sul, aonde a Agricultura está na maior flor e aonde eles
já tem seus parentes e conhecidos, dos quais eles receberão assistência para o
seu estabelecimento econômico.
"Os
suplicantes confessam com muita vontade, como eles ante a evidência disto, tem
de restituir ao Governo da Província do Rio de Janeiro, as despesas de viagem
da Alemanha para o Rio de Janeiro; e com muita vontade eles declaram-se prontos
a prestar a sua obrigação; porém uma parte deles está inteiramente tão pobre,
que não tem nada; uma outra parte tem só pouco, assim que para os tais é
impossível; desta razão eles rogam a Vossa Majestade Imperial que lhes queira determinar
a restituição das despesas por sua viagem da Alemanha para lá, que foi a
Província do Rio de Janeiro; e eles declararam-se prontos assinar um documento
por cuja virtude eles serão obrigados a pagar as suas dívidas na
Tesouraria do Império em tempo de três anos, e por certeza do Governo, eles
prestarão fiança com todos os seus bens, especialmente com o terreno que
eles esperam da benignidade de Vossa Majestade Imperial, com todas as suas
benfeitorias; sobre isto prestarão todos juntos fiança por cada um em espécie,
assim se
um escapar os
outros todos pagarão
pôr ele ao
Governo a sua dívida, a respeito das despesas de
viagem. "Finalmente os
Suplicantes dirigem ainda mais esta petição para clemência de Sua Majestade
Imperial de conceder-lhes o benefício, mandá-los para o Rio Grande de São Pedro
do Sul com uma Nau do Império e livre das despesas de viagem. Nunca eles
acabarão de oferecer os sacrifícios de seus agradecimentos pela sua diligência
e fidelidade na sua esfera da atividade e veneração com que serão de Vossa
Majestade Imperial submissos vassalos. Por isto.
Rio de Janeiro,
13 de agosto de 1845.
1. Nicolau Schuck com 1 mulher e 8
filhos
2. Pedro Wolf com 1 mulher
3. Nicolau Schaefer com 1 mulher e 5 filhos
4. Miguel Bender com 1 mulher e 5
filhos
5. Matias Ohlweiler com 1 mulher e 10 filhos
6. Pedro Scherer com 1 mulher e 5
filhos
7. Jacob Wilbert com 1 mulher e 4
filhos
8. Henrique Filper com 1 mulher e 6 filhos
9. Pedro Borniger com 1 mulher
10. Ludovico Grassmann com 1 mulher e 3
filhos
11. Francisco Filipo Filper com 1 mulher e 3
filhos
12. George Palen com 1 mulher e 5 filhos
13. Henrique Plenz, solteiro
14. Andreas Zanius, com 1 mulher e 4
filhos
15. João Link com1 mulher e 2 filhos
16. Cristovão Bender com 1 mulher e 7 filhos
17. Matias Muller com 1 mulher e 4
filhos
18. João Kopp com 1 mulher e 4 filhos
19. Henrique David Heidrich c/ mulher e
4 filhos
20. I.D. Heidrich, solteiro
21. Francisco Sauvrassig com mulher e 2
filhos
22. Jacob Wagner, solteiro
23. Nicolau Engelmann com 1 mulher
24. Henrique Strassburger
25. PETER JACOB WASEM com mulher e 4 filhos
(entre eles PETER JACOB LAMPERT, 4ª emigração, enteado, filho de um primeiro
casamento de sua mãe Elisabeth Gülsdorf e
pela repetição dos prenomes, seu afilhado).
26. Jacob Kaspar
27. Filipo Strassburger
Obtiveram aprovação do seu pleito e em 26 de
março de 1846 finalmente, chegaram A Porto Alegre pelo brigue Bella Manoella e
foram distribuídos segundo os interesses de cada um. Peter Jacob Wasem
(20-12-1801) casou com a viúva e sua segunda esposa Elisabeth Gülsdorf (11-1902
e 1-3-1852) e mãe do Peter Jacob Lampert, vieram para Dois Irmãos, depois
Brochier e finalmente para Conventos, sempre com seus parentes Lampert ali
residentes. Constatamos que nosso Peter Jacob Lampert – não descobrimos o nome
do pai dele - recebeu confirmação na igreja de Hamburgo Velho (com sobrenome
Wasem) em 1849, junto com seu irmão de criação Jacob Wasem e batizou uma
criança, filha de seu padrasto, em
terceiras núpcias, com Margaretha Renner em Brochier, em 1854. Depois disso,
desapareceu dos registros. Não encontramos descendentes nem óbito. Talvez algum
dia encontremos seu túmulo em Brochier, Maratá, Poço das Antas ou Salvador do
Sul.
Localizamos que o filho de Peter Jacob Wasem,
de nome Jacob Wasem, casado com Catharina Renner, em 1873, batizou seu segundo
filho Felipe e mais três na igreja evangélica de Conventos em Lajeado.
Constatamos que pai viúvo e filho, desposaram tia viúva e sobrinha.
Essa,
a saga de 27 famílias, 120 pessoas. Atendendo ao convite do Império, se
dispuseram a vir para o Brasil buscando felicidade e farturas prometidas.
Momento inoportuno e circunstâncias alheias as desviaram de seus objetivos
iniciais. Sem esmorecimento lutaram e lutaram.
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