sábado, 22 de julho de 2017

Revolução de 31 de março de 1964

         Revolução é uma quebra repentina do tecido social.

Era presidente da república João Goulart, apelidado de Jango, que foi eleito vice-presidente de Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio, cabia, por direito constitucional, a posse do vice, que naquele momento se encontrava em visita à República Popular da China, de regime comunista.

Políticos e militares tentaram evitar a posse de Jango, mas uma reação a garantiu.

Meses depois, foi promovido um grande comício das forças ditas populares e sindicais e o clima de insubordinação às autoridades constituídas era evidente. Chocou a população

Mais um grande comício foi promovido dias depois, aglutinando população e religiões cristãs, com grande afluxo de participantes.

Os militares tinham conhecimento de comprometimento de Jango com os comunistas e no dia 31 de março, iniciaram operações de guerra. Com a fuga de Jango para o estrangeiro, tomaram o poder e escolheram um general para o comando do país. A cada quatro anos o substituíam por outro general. O regime permaneceu por mais de vinte anos.

Iniciou-se um período de grande progresso material do país, com elevação continuada do PIB em cada ano.

A imprensa escrita, falada e televisiva ficou sob censura e textos adversos ao regime em vigor, foram proibidos. No restante das atividades, a liberdade era total e as leis e os direitos foram mantidos.

Aos poucos, grupos paramilitares contrários foram criados para tentar, pela violência, a derrubada do governo vigente, praticando assassinatos, roubos, sequestros e luta armada na região amazônica, visando criar condições de um levante popular generalizado.

O exército entrou em atividade e enfrentou com a força militar e os rebeldes, foram vencidos com violência excessiva, como é natural nessas ocasiões. É anormalidade recíproca.

O regime, aos poucos, foi liberando as atividades políticas, até que eleições gerais foram realizadas e a democracia plena voltou a vigorar.

As revoluções e guerras tem sempre dois pontos de vista antagônicos, e os heróis de um lado passam a ser bandidos do outro.

A história se reescreve várias vezes até que o momento escolha qual passa a valer.

Com a decadência e queda do comunismo, extinguiu-se por si mesma,qualquer nova tentativa.

Nenhum dos que lutaram, o fizeram pela democracia, seria ditadura militar ou ditadura comunista.

Durante esse período fui, fiz, li, escrevi e disse tudo o que quis. Troquei de emprego por outros melhores. Aproveitei a fase de progresso econômico do país para economizar e criar o meu próprio patrimônio.

           Nunca foi tão bom.

Hoje o meu direito de ir e vir é cerceado. Nas ruas e estradas, barreiras de desocupados me fazem esperar por horas a fio. Insegurança nos lares e nas ruas. Saúde pública precaríssima. Corrupção. Ladroeira generalizada e impunidade. Criminalidade. Escolas sucateadas. Desrespeito às autoridades, que fazem de conta que não estão sendo ofendidas. Submissão à baderna em nome do povo.

           Chamam isso democracia.

                                            Leandro Lampert


31 de março de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário