Revolução
de 31 de março de 1964
Revolução é uma quebra repentina do tecido
social.
Era presidente da república João Goulart,
apelidado de Jango, que foi eleito vice-presidente de Jânio Quadros. Com a
renúncia de Jânio, cabia, por direito constitucional, a posse do vice, que
naquele momento se encontrava em visita à República Popular da China, de regime
comunista.
Políticos e militares tentaram evitar a
posse de Jango, mas uma reação a garantiu.
Meses depois, foi promovido um grande
comício das forças ditas populares e sindicais e o clima de insubordinação às
autoridades constituídas era evidente. Chocou a população
Mais um grande comício foi promovido dias
depois, aglutinando população e religiões cristãs, com grande afluxo de
participantes.
Os militares tinham conhecimento de
comprometimento de Jango com os comunistas e no dia 31 de março, iniciaram
operações de guerra. Com a fuga de Jango para o estrangeiro, tomaram o poder e
escolheram um general para o comando do país. A cada quatro anos o substituíam
por outro general. O regime permaneceu por mais de vinte anos.
Iniciou-se um período de grande
progresso material do país, com elevação continuada do PIB em cada ano.
A imprensa escrita, falada e televisiva
ficou sob censura e textos adversos ao regime em vigor, foram proibidos. No
restante das atividades, a liberdade era total e as leis e os direitos foram
mantidos.
Aos poucos, grupos paramilitares contrários
foram criados para tentar, pela violência, a derrubada do governo vigente,
praticando assassinatos, roubos, sequestros e luta armada na região amazônica,
visando criar condições de um levante popular generalizado.
O exército entrou em atividade e
enfrentou com a força militar e os rebeldes, foram vencidos com violência
excessiva, como é natural nessas ocasiões. É anormalidade recíproca.
O regime, aos poucos, foi liberando as
atividades políticas, até que eleições gerais foram realizadas e a democracia
plena voltou a vigorar.
As revoluções e guerras tem sempre dois
pontos de vista antagônicos, e os heróis de um lado passam a ser bandidos do
outro.
A história se reescreve várias vezes até
que o momento escolha qual passa a valer.
Com a decadência e queda do comunismo,
extinguiu-se por si mesma,qualquer nova tentativa.
Nenhum dos que lutaram, o fizeram pela
democracia, seria ditadura militar ou ditadura comunista.
Durante esse período fui, fiz, li,
escrevi e disse tudo o que quis. Troquei de emprego por outros melhores.
Aproveitei a fase de progresso econômico do país para economizar e criar o meu
próprio patrimônio.
Nunca foi tão bom.
Hoje o meu direito de ir e vir é
cerceado. Nas ruas e estradas, barreiras de desocupados me fazem esperar por
horas a fio. Insegurança nos lares e nas ruas. Saúde pública precaríssima.
Corrupção. Ladroeira generalizada e impunidade. Criminalidade. Escolas
sucateadas. Desrespeito às autoridades, que fazem de conta que não estão sendo
ofendidas. Submissão à baderna em nome do povo.
Chamam isso democracia.
Leandro Lampert
31 de março de 2014
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